Caminhada da Pastoral da Juventude termina com ato no centro do Recife

Em monumento da Rua da Aurora, participantes cantaram e rezaram.
Não houve consenso sobre público total, que variou de 2.500 a 3.500 pessoas.

Um ato no monumento Tortura Nunca Mais, na Rua da Aurora, encerrou a passeata realizada por participantes do congresso da Pastoral da Juventude do Movimento Popular (PJMP), na tarde desta sexta-feira (17), no Recife. Em aproximadamente uma hora e meia, eles cumpriram um percurso da Praça Oswaldo Cruz até o monumento, passando pela Avenida Conde da Boa Vista, no Centro da capital pernambucana.

O objetivo da caminhada era homenagear Dom Hélder Câmara e também o Padre Henrique, morto no Recife pela ditadura militar. A intenção dos participantes também era combater a tortura e o assassinato de jovens, vítimas da violência urbana e rural. O grupo caminhou com faixas, cartazes e animado por três mini-trios elétricos que entoaram músicas de protesto. Tudo transcorreu pacificamente.

De acordo com informações da Guarda Municipal do Recife, 2.500 pessoas estavam na caminhada, mas cerca de 1.000 se concentraram para o ato final, já na Rua da Aurora. A organização do evento, por sua vez, informou que toda a manifestação reuniu 3.500 pessoas. Quatro viaturas e seis motos da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) acompanharam tudo.

Representantes da Bahia, Goiás, Amazonas, Paraíba e Pernambuco participam do congresso, cujo tema é “Sem arriscar, não vivemos a esperança”. Laudiano Silva, secretário nacional da Pastoral, informou que um documento está sendo preparado para ser entregue à presidente Dilma Rousseff. “É uma carta de reivindicações onde vamos informar os problemas da juventude do Brasil”, resumiu.

O vereador olindense Marcelo Santa Cruz (PT), irmão do desaparecido político Fernando Santa Cruz, falou aos participantes da caminhada, já no monumento Tortura Nunca Mais. Ele lembrou a dor vivida pela sua família. “A nós foi negado o direito milenar de cultuar os seus mortos, mas meu irmão e tantos outros não morreram, vivem entre vocês, jovens”, disse.

O índio Guilherme Araújo, da etnia Xukuru, oriunda de Pesqueira, Agreste pernambucano, explicou o porquê da participação de indígenas no congresso e na caminhada. “São pautas que nos interessam, contra o latifúndio e o agronegócio. E também o novo decreto que pretende mudar as demarcações da terras indígenas. Acho que isso é muito importante para a formação política da juventude”, comentou.

O argentino Facundo Argueta, 25 anos, conheceu um grupo pastoral brasileiro em 2010, em um encontro latino-americano na Venezuela. Desde então, vem estreitando relações com os grupos pastorais brasileiros: veio para a Jornada Mundial da Juventude, ano passado, no Rio de Janeiro, e se surpreendeu com a questão da violência nos morros cariocas. “Matam por banalidades, como um relógio, um celular. Isso foi algo que marcou”, explica Facundo, ressaltando a importância da marcha contra a violência atual sofrida pelos jovens, no Recife.

Para o encerramento do congresso, no domingo (19), uma romaria sairá do Parque 13 de Maio, indo até a Igreja da Sé, em Olinda. A caminhada está prevista para começar à meia-noite.

Do G1

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