Capriles desafia Maduro a dar provas de golpe de Estado na Venezuela
Presidente tem chamado protestos de ‘golpe de Estado em andamento’.
Seis pessoas já morreram nos confrontos de rua.
O líder de um dos grupos opositores da Venezuela Henrique Capriles desafiou nesta quinta-feira o presidente Nicolás Maduro a apresentar provas do suposto plano de golpe de Estado organizado pela oposição por meio das manifestações que já deixaram quatro mortos nos últimos dias.
‘Você (presidente) deve apresentar ao país as provas deste golpe, onde estão os detidos que iriam dar este golpe (…)?, por quê fala tanto de um golpe em andamento?, onde estão as provas? Os civis não aplicam golpes de Estado, os militares aplicam golpes de Estado’, declarou Capriles durante coletiva de imprensa.
Várias cidades da Venezuela registram há semanas protestos estudantis que ao anoitecer degeneram em confrontos entre grupos revoltosos e policiais.
Maduro tem chamado estes protestos de ‘golpe de Estado em andamento’, que seriam promovidos por setores da oposição com o suposto apoio de conservadores americanos e do ex-presidente colombiano Alvaro Uribe.
‘Parece que há setores do governo interessados no ‘fora’ (Maduro). Então eu lhes pergunto: é golpe ou auto-golpe de Estado? (…) O único que fala de golpe de Estado é o governo, é algo fabricado pelo próprio governo’, declarou Capriles.
O ex-candidato presidencial e governador do estado de Miranda sugeriu que a violência dos últimos dias tinha a intenção de desviar a atenção dos problemas econômicos na Venezuela, que registra uma inflação de 56,3% e uma escassez recorrente de alimentos e produtos básicos.
As manifestações da oposição têm sido convocadas por Leopoldo López, líder do partido de oposição Vontade Popular e que se encontra detido desde terça-feira em uma prisão militar em Caracas, acusado de incitar a violência e outros crimes.
Capriles, que tem se mostrado cético sobre as manifestações, anunciou que este sábado a Mesa da Unidade Democrática (MUD) convocará uma manifestação em Caracas para exigir a libertação dos presos e contra a violência.