Cheia deixa mais de 15 mil alunos sem aula em Humaitá, no Sul do Amazonas
90% das unidades de ensino estão com as atividades suspensas.
Produção rural, abastecimento de energia e água também são afetados.
A cheia do Rio Madeira continua afetando municípios do Amazonas e deixa mais de 15 mil alunos sem aula na zona rural e urbana da cidade de Humaitá, uma das mais atingidas pelas inundações. Segundo a Defesa Civil Municipal, 90% das unidades de ensino estão com as atividades suspensas. Ao todo, 14.490 pessoas estão desabrigadas. O município, distante 590 km de Manaus, decretou situação de calamidade pública no começo do mês.
Até o momento, a Defesa Civil contabiliza 15 escolas sem aulas na zona urbana e outras 89 na zona rural. A Secretária de Estado de Educação do Amazonas (Seduc) explicou que dez escolas tiveram as aulas paralisadas para não prejudicar alunos com dificuldades de locomoção. Oito unidades estaduais estão sendo utilizadas como abrigos para famílias desalojadas. A Seduc informou que contará com calendário especial para reposição de aulas. O G1 tentou contato telefônico com a Secretaria de Educação de Humaitá, mas não obteve sucesso.
Além das escolas, a cheia do Rio Madeira afeta a produção rural, abastecimento de energia e água, além do comércio local. Alguns comerciantes fecharam as portas porque tiveram os estabelecimentos inundados. Dos 13 bairros existentes na cidade, oito estão debaixo de água. “Todo setor primário foi perdido, 100% de perda. O comércio está enfrentando uma situação complicada, porque o abastecimento está afetado com a BR-319 alagada. A BR-230 [Transamazônica] também está alagada afetando o transporte de balsa de Humaitá até cidades como Matupi e Apuí”, disse o chefe de comunicação da Defesa Civil Municipal, Elias Pereira.
Elias Pereira informou ainda que um comitê de gerenciamento de crise foi montado pela Prefeitura local para dar apoio às famílias afetadas. “Esse comitê foi montado com o apoio de várias instituições para ajudar. Estamos recebendo apoio na remoção de afetados, distribuição de água potável, além de kits de limpeza”, disse. Segundo ele, a Defesa Civil Estadual presta apoio aéreo na locomoção de pacientes até hospitais de Porto Velho. Exército também auxilia nos trabalhos.
A Defesa Civil do Estado informou que a previsão é de que até o dia 13 março, a região seja afetada por chuvas torrenciais e tempestades. Ainda segundo as informações divulgadas pelo órgão, há possibilidade de toda a calha do Rio Madeira ser afetada nas áreas rurais e urbanas de Humaitá.
Seis cidades do Amazonas estão em situação de emergência por conta da cheia dos rios: Pauini, Guajará, Ipixuna, Boca do Acre e Lábrea. Manicoré está em alerta máximo. Canutama, Novo Aripuanã, Eirunepé estão em atenção.