Com extinção da Decasp, MPPE assume investigação de desvio de verba para merenda escolar
MPPE se apressou em levar documentos e computadores apreendidos na empresa investigada
Do G1
As investigações de denúncias de desvio de verba para merenda escolar envolvendo a empresa Casa de Farinha passaram a ser comandadas pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE). A medida foi tomada por causa do risco de extinção da Delegacia de Crimes contra a Administração e Serviços Públicos (Decasp) da Polícia Civil.
Na noite da segunda-feira (30), documentos e computadores apreendidos na empresa investigada foram levados à sede do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do MPPE.
De acordo com o promotor George Pessoa, foram transferidos para a sede do Gaeco 10 notebooks, três pendrives, dois celulares, 35 computadores e um HD portátil.
“Houve uma preocupação quanto à guarda desse material, em vista da extinção da delegacia. Essa preocupação é natural e, por tal motivo, numa ação conjunta com o promotor natural, foi entendido que seria interessante trazer esses materiais, até porque, hoje, um dos vieses do Gaeco é justamente esse tipo de análise”, explicou Pessoa.
As investigações sobre o caso estavam com a Polícia Civil. Segundo o MPPE, a transferência ocorreu por uma preocupação dos promotores de Justiça com o projeto de lei aprovado em primeira votação nesta terça-feira (30), na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), para a criação do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco) e extinção da Decasp.
O projeto de lei é assinado pelo governador Paulo Câmara (PSB) e foi remetido à Alepe em caráter de urgência, no dia 19 deste mês. Ele chegou a ser discutido no dia 23, mas teve a votação adiada para esta terça-feira. O projeto ainda precisa ser aprovado numa segunda votação, agendada para a quarta-feira (31).
A Casa de Farinha é alvo de três investigações da Polícia Civil para apurar fraudes em licitações para o fornecimento de merenda escolar. No início de outubro, policiais da Decasp prenderam o empresário Romero Fittipaldi Pontual Filho, um dos donos da empresa.