Com tendência de fatiamento, reforma pode ser concluída em março

Ao voltar do exterior esta semana, depois da passagem pela Suíça, Portugal e Cuba, a presidente Dilma Rousseff terá que retomar as negociações para fechar a reforma ministerial. Antes da viagem, ela só encaminhou as duas pastas mais simples: a Saúde, que continuará com o PT, e a Casa Civil, que foi uma solução caseira com o deslocamento do ministro da Educação Aloizio Mercadante.

Mas a partir de agora, Dilma enfrentará muitas resistências, inclusive no PT, o que dificultará a mudança no primeiro escalão. A bancada petista tem pressionado a substituição da ministra Ideli Salvati pelo deputado Ricardo Berzoini na pasta de Relações Institucionais.

O PMDB não esconde a contrariedade com os vetos do Palácio do Planalto para os nomes de Eliseu Padilha, para a Secretaria de Portos e do senador Vital do Rego para o Ministério da Integração Nacional. Para a cúpula peemedebista, essa será a única chance do partido ampliar espaço no governo, já que Dilma precisa de apoio para a reeleição.

O PSD, do ex-prefeito Gilberto Kassab, também apresentou sua fatura e agora cobra mais um ministério. A nova legenda, o PROS, também quer influir na escolha de um nome para o primeiro escalão. Mas Dilma já sinalizou que, neste caso, a prioridade é do governador Cid Gomes, que deixou o PSB de Eduardo Campos para apoiá-la.

Os candidatos de oposição, Aécio Neves, do PSDB, e Eduardo Campos, do PSB, apostam que a reforma deixará sequelas. E que isso pode enfraquecer o apoio regional à presidente em vários estados.

Tanto, que o ex-presidente Lula já sinalizou que Dilma deve ter habilidade na reforma para não deixar mágoas entre os aliados e com isso, garantir a ampliação do seu palanque eletrônico na campanha pela reeleição. A equação dessas mudanças está tão difícil, que no Planalto já se fala em fatiar a reforma ministerial, que pode ser concluída apenas em março.

Do Blog do Camarotti

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