Debate entre candidatos a presidente do Náutico com poucas provocações

Num clima quase sempre brando, o debate entre os candidatos a presidente do Clube Náutico Capibaribe, promovido pela TV Jornal e o Portal NE10/Blog do Torcedor, os quatro postulantes não apresentaram nenhuma fórmula mirabolante para tirar o clube do atoleiro em que se encontra. A única crítica foi disparada para quem não estava no estúdio: o atual presidente alvirrubro. O candidato da chapa Alvirrubros de Coração, Marcílio Sales, aponta uma débito de R$ 5 milhões em 2013, que ele chamou de ‘herança maldita’.

“Infelizmente, todos os jogadores que foram mandados embora não acertaram, como Souza, Rahyner e Araújo. Vários empresários têm grandes restrições ao Náutico. Temos que saber em quais as portas que vamos bater. Precisamos buscar e fazer diferente”, pontuou.

Nem mesmo o assunto mais polêmico da pauta do jornalismo esportivo brasileiro nesta semana foi trabalhado de forma contundente: torcidas organizadas. O candidato do grupo Náutico para Frente, Alberto de Souza, ainda tentou provocar o adversário Glauber Vasconcelos (Movimento Transparência Alvirrubra) ao ‘dedurar’ que pessoas ligadas ao MTA teriam financiado parte da festa de uma facção na própria sede timbu.

“Como vai ser seu tratamento com as torcidas organizadas? Soubemos que pessoas ligadas ao seu grupo financiaram parte de uma festa da Fanáutico na sede do Náutico”. Glauber não admitiu e também não negou o fato. Preferiu discorrer sobre qual o tratamento que pretende dar a todos os grupos organizados de torcedores.

“A Fanáutico ou qualquer outra vai participar dentro da legalidade. Se andar no trilho, vamos apoiar, inclusive os projetos sociais. Se afrontar a sociedade, vamos afastar. Se não andar no trilho da legalidade vamos levar às vias finais, mas existem caminhos para trabalhar e valorizar a pessoa. Esses caminhos estamos trabalhando para valorizar o ser humano”.

O futebol também não ficaria de fora como mola-mestra do Náutico. Mas essa preocupação traduziu-se na preocupação com as divisões de base. Glauber Vasconcelos foi questionado por Marcílio sobre a presença de Pércio Rainha, que trabalhou no CT do São Paulo Futebol Clube. “Essa pessoa foi afastada por conta de suas atividades empresariais”, completou.

Glauber explicou que, realmente, tem um acerto prévio com Rainha para uma troca de informações. “Ele não vai ter contato com jogador nenhum. Ele vai nos ajudar a organizar a estrutura, pois o CT do São Paulo é reconhecido internacionalmente. Também queremos trazer o pessoal do Vitória-BA, que tem um modelo vencedor”, pontuou.

Sobre essa mesma base, Alexandre Homem de Melo, da chapa Renovação Alvirrubra, apresentou uma ideia diferente. Para ele, primeiro é preciso definir uma linha de trabalho e depois trazer profissionais que se enquadrem nesse modelo. “Vai ficar melhor quando definirmos o conceito para todo departamento de futebol, integrando a base ao profissional. Todas as comissões técnicas vão trabalhar integradas, inclusive o treinador do sub-20 será um dos auxiliares do técnico do profissional”, disse.

Alberto de Souza criticou o fato de a garotada ser chamada apenas quando a situação fica insustentável e usou como exemplo a reta final do Campeonato Brasileiro deste ano. “Isso queima os jogadores. Os garotos do sub-20 fizeram um bom primeiro turno no Campeonato Pernambucano deste ano e não sei por que não foram mais aproveitados”, reclamou.

Quanto ao futebol profissional, tanto Marcílio quanto Glauber e Alexandre afirmaram já ter um acerto com um técnico e prontos para anunciarem já na segunda-feira (16), dia seguinte à eleição.

ARENA PERNAMBUCO – Alguns candidatos foram questionados sobre jogar na Arena Pernambuco. Alexandre Homem de Melo, que não alardeia, mas representa o grupo qua atualmente está no poder, afirma já ter conversado com os gestores do estádio e sua primeira pauta foi atendida: levar para o novo equipamento alguns benefícios que sócios timbus tinham no Eládio de Barros Carvalho.

Alberto de Souza é contra a demolição da antiga casa e defendeu uma partilha de jogos. “Alguns jogos de pouco público e alguns jogos grandes poderiam ir para os Aflitos. Os outros poderiam ficar na arena, já que temos um contrato e precisamos cumprir”, comentou.

Do NE10

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