Declarações de Lula dividem opiniões de petistas e socialistas
Enquanto o PT reafirma a candidatura própria, socialistas acenam para um entendimento
Por Mariana Araújo/JC Online
As declarações do ex-presidente Lula sobre a reaproximação com o PSB foram vistas de maneiras diferentes por nomes petistas e socialistas no Estado. Para o PSB, as convergências são mais evidentes, conforme também citou o governador Paulo Câmara (PSB). Já o PT insiste na tese da candidatura própria. Dentro do PT, nomes como do senador Humberto Costa e o do ex-prefeito João Paulo defendem a melhor saída que seja melhor para a candidatura de Lula. Há grupos petistas que defendem a aliança com os socialistas.
O principal entrave na formalização da aliança local seria a composição das chapas proporcionais, com candidatos a deputado estadual e federal. O PT-PE quer voltar a ter assentos na Câmara Federal, já que em 2014, após se aliar ao PTB e ao PDT, não conseguiu eleger nenhum deputado federal. Por outro lado, teme a perda de mandados consolidados, como o da deputada estadual Teresa Leitão.
Antes da entrevista à Rádio Jornal, nessa terça-feira (6), Lula conversou com o presidente do PT-PE, Bruno Ribeiro, e alinhou a conversa. “Nós vamos analisar a evolução desse quadro juntos, com ele, com a Executiva nacional e com a estadual, e seguimos no roteiro que fixamos aqui, que é da candidatura própria”, disse o petista.
O senador Humberto Costa (PT) viu as falas de Lula como genéricas e que ele evitou se posicionar sobre o tema em Pernambuco, além de ter citado os pré-candidatos do partido. A palavra final sobre uma candidatura própria virá na Executiva nacional, porém o senador afirma que será tomada em conjunto com o diretório pernambucano.
Humberto concorda que os partidos estão mais próximos ideologicamente, porém há ressalvas. “Mas também tem um contencioso pesado para o PSB por conta das eleições de 2012, 2014 e 2016 e também por conta da posição que o PSB assumiu com relação ao impeachment. Eu não consigo afirmar se essa aproximação de hoje seja suficiente para a formação de uma aliança”, acrescentou.
Pré-candidatos, Marília Arraes (PT) e Odacy Amorim (PT) defenderam a candidatura própria. “A palavra de Lula para mim foi um incentivo. A gente precisa construir um projeto para o Estado sem rancor, tem que ser um projeto futurista. Até agora o ambiente é de candidatura própria”, disse Odacy. “Ele fez o papel que se espera de um líder como Lula. Agora, aqui as articulações políticas se dão de forma diferente”, afirmou Marília. A deputada Teresa Leitão não foi localizada.
PSB
Para o líder do governo na Alepe, Isaltino Nascimento (PSB), o posicionamento dos dois partidos na oposição ao governo de Michel Temer (PMDB) é um ponto de aproximação das legendas. Para o deputado, componentes estaduais e nacionais estarão vinculados. “É uma lógica estadual que tem que estar vinculada a um projeto nacional, ao que se quer para 2019. Isso requer que tenhamos essa afinidade de discernimento ideológico de compromisso com a continuidade do trabalho de Paulo Câmara aqui em Pernambuco somada à aliança que precisa ser feita a um projeto nacional”, afirmou.
“Quando se fala de aliança com o PT, não significa que as divergências e o que aconteceu no passado deixe de existir. É uma questão de saber onde elas são mais trabalháveis ou não”, opinou o deputado estadual Waldemar Borges (PSB).