Defesa Civil interdita por tempo indeterminado auditório do Memorial

Incêndio consumiu auditório na tarde desta sexta-feira (29).
Equipes retiraram obras de arte do prédio neste domingo (1º).

A Defesa Civil municipal interditou neste domingo (1º), por tempo indeterminado, o auditório Simon Bolívar, no Memorial da América Latina, na Zona Oeste de São Paulo, atingido por um incêndio nesta sexta-feira (29), de acordo com informações da assessoria da Secretaria da Segurança Urbana. A interdição ocorre para evitar acidentes no local.

A Defesa Civil esteve no auditório neste domingo para auxiliar na retirada de obras de arte. Os técnicos fizeram, então, uma análise preliminar e decidiram interditar os cerca de 8 mil metros do auditório porque os vidros da fachada foram bastante danificados com o incêndio.

O presidente da fundação Memorial, João Batista de Andrade, disse que ainda não foi notificado sobre a interdição. Ele afirmou, no entanto, que será contratada uma empresa especializada para fazer uma perícia na estrutura do prédio. “A partir desse laudo é que vamos definir o que vamos fazer. A gente espera que seja favorável a uma reforma. A partir disso, o Memorial vai elaborar um plano de obras”, afirmou Andrade ao G1.

Ele contou que foram retiradas ao auditório “várias obras que não sofreram nada”, inclusive um conjunto de telas. O trabalho continua nesta segunda-feira (2). Andrade disse que foi difícil visualizar o interior do prédio por causa da falta de iluminação.

Sobre a tapeçaria de 620 metros quadrados feita por Tomie Ohtake, que ocupava a lateral do auditório, Andrade acredita que será difícil refazer a peça original porque ela estava em uma parte muito atingida. “Mas, como obra de arte, ela é recuperável. O lado artístico está no desenho”, disse.

Uma reunião nesta segunda irá definir o que será feito com a programação prevista para o auditório. O presidente da fundação adiantou que alguns eventos podem ser transferidos para outras áreas dentro do próprio Memorial, alguns para outros equipamentos públicos e os demais poderão ser cancelados.

Bombeiros feridos
Quatro dos 25 bombeiros feridos no incêndio continuavam internados em estado grave neste domingo na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), informou a assessoria do Hospital das Clínicas. Segundo o hospital, outro bombeiro que também participou da ação de socorro já recebeu alta.

Os profissionais que estão em estado grave, segundo os bombeiros, foram vítimas do chamado “flashover”, ou combustão súbita. Isso acontece em ambientes fechados, quando o material que está queimando libera gases. Quando os bombeiros abriram a porta do auditório, esses gases entraram em combustão em contato com o oxigênio. Os dois bombeiros que estão em estado mais grave tiveram queimaduras nas vias aéreas, mas não correm risco de morte.

Ao todo, 109 bombeiros e 64 carros foram deslocados para o combate às chamas no Auditório Simón Bolívar.

Não há confirmações sobre as causas do incêndio, de acordo com os bombeiros. Segundo a assessoria do Memorial, há suspeita de que um curto-circuito em uma lâmpada tenha sido a causa do incêndio. O presidente da fundação disse que o incêndio pode estar relacionado a uma queda de energia registrada momentos antes de o fogo começar. “Houve uma queda de energia. Foi alguma coisa ligada à queda de energia e ao gerador”, afirmou.

Funcionários retirados
Segundo o Memorial da América Latina, havia funcionários no auditório quando o incêndio começou, mas eles foram retirados rapidamente e não sofreram nenhum ferimento.

O auditório tem um palco central e a plateia dividida em duas metades. De acordo com a assessoria do Memorial, o forro da plateia B do auditório foi bastante danificado pelo incêndio. O conjunto arquitetônico na Barra Funda foi projetado por Oscar Niemeyer. Inaugurado em março de 1989, tem 84,4 mil metros quadrados. A área inclui espaços para exposições e eventos.

Do G1

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