Denúncia // Negligência do HREC pode ter sido causa de morte de bebê

O Prefeito de Iguaraci, Francisco Dessoles (PTC) está correto ao dizer que no HR Emília Câmara, mães estão sendo obrigadas a ter filhos em Caruaru ou Recife por problemas envolvendo os profissionais ou a falta deles na unidade.

Exemplo disso é o caso revoltante que veio à tona hoje na Rádio Pajeú, após denúncia no Blog do Finfa. Uma mãe residente na comunidade de Nova Brasília procurou três dias seguidos a unidade para dar a luz ao seu terceiro filho. A mãe se chama Tatiana do Nascimento Gonçalves. O pai, Reginaldo Nascimento Lima.

Depois de passar por três médicos que a mandaram de volta pra casa alegando “não ser a hora para o parto”, teve apenas na última hora indicação de cirurgia cesariana. Mas por falta de anestesista na unidade, foi levada para Caruaru.

Os absurdos não pararam por aí: a ambulância que faria a transferência demorou horas para sair de Afogados. A mãe esperou das 7h30 da manhã até as cinco das tarde, quando foi finalmente levada a Caruaru.

Resultado final : a criança nasceu morta, tendo como causa mortis anoxia intra-uterina, que é a falta de oxigenação do cérebro. Houve tanta revolta que coube à amiga e vizinha de Tatiana, Josailda Pereira de Lima, fazer a denúncia. “É muito revoltante A mãe está arrasada”, disse.

Certidão de óbito: morte por anoxia intra-uterina, que é a falta de oxigenação do cérebro
Certidão de óbito: morte por anoxia intra-uterina, que é a falta de oxigenação do cérebro

Ouça abaixo na íntegra a denúncia:

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Monsenhor João Carlos Acioly fala sobre o caso

Monsenhor João Carlos Acioly ao ouvir a denúncia pela Rádio Pajeú, fez questão de fazer um desabafo sobre o caso. Leia abaixo:

É lamentável que na alegria da Pascoa que nós celebramos a vida e acreditamos na ressureição, tenhamos coisas absurdas como esta que está acontecendo no HREC.

Na inauguração da UPA-E diante do secretário de saúde que realmente o Hospital Regional de Afogados da Ingazeira só tem o nome de regional no campo geográfico, mas que a assistência e os pobres estão morrendo a mingua. Veja que coisa séria, eu até aconselho a esta senhora que reúna os documentos comprobatórios e procure a justiça, procure seus direitos, pois alguém tem que arcar com as consequências de mais uma vida.

Isso é o que vem ao conhecimento da sociedade, e o que acontece nos bastidores? Que com certeza ninguém denuncia e por ser pobre ninguém vai atrás porque o povo tem o dizer de que se é pobre não tem direito. Pobre só não tem direito quando não procura. Além da justiça de Deus que é a mais justa, mas a humanidade ainda tem critérios para julgar.

Peço a essa senhora que procure um advogado, não se acanhe, não tenha medo e se não tiver condições me procure que a gente faz a campanha e entra. O que não podemos é diante de uma coisa dessas é nos omitir e ficar achando que é normal, não é normal isso é um absurdo e nós temos que tomar providências.

É triste e lamentável escutar esse tipo de depoimento que é uma pessoa pobre que perdeu a vida por falta de atendimento médico.

Isto não é novidade para nós, mas não podemos nos calar e nos omitir diante dessa realidade.

Monsenhor João Carlos, assim como o prefeito de Iguaraci Francisco Dessoles havia dito em entrevista passada, lembrou que antigamente se faziam partos na unidade sem problema nenhum.

Não podemos nos calar diante da morte e da injustiça, principalmente quando atingem os pobres, os pequenos, os excluídos, os prediletos de Deus, que devem ser também os nossos prediletos.

Ouça na íntegra o desabafo de monsenhor João Carlos:

Mais denúncias:

Diante da denúncia da morte do bebê, iniciou-se uma saraivada de outras denúncias contra o HREC. Vários ouvintes e internautas entraram em contato com a produção da Rádio e com a redação do Portal relatando vários casos de descaso no atendimento do Hospital Regional.

Redes sociais:

A repercussão do caso nas redes sociais foi intensa, os internautas reagiram de imediato, alguns se solidarizando com a mãe do bebê e outros fazendo denúncias e emitindo notas de protesto e indignação diante do ocorrido.

Veja abaixo print da página da Pajeú:

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