Dilma denuncia “golpe dentro do golpe” e pede por eleições diretas

Para ex-presidente, País vive estado de exceção capaz de “criminalizar alguns atos legítimos e perdoar outros que não o são”; Petista citou a crise Geddel

Do Último Segundo

Nesta quarta-feira (30), a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou, em um encontro com mulheres da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em São Paulo, que existe uma tentativa de “um golpe dentro do golpe”. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

A declaração se referia à possibilidade de cassação da chapa encabeçada por Dilma e composta pelo agora presidente Michel Temer (PMDB) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e explicou que, se isso vier a ocorrer depois do dia 31 de dezembro, o próximo presidente seria escolhido por meio de eleição indireta pelo Congresso.

“É isso que se chama golpe dentro do golpe. Você cria a temporalidade para que haja eleição indireta”, disse Dilma. De acordo com a publicação, a petista também defendeu a realização imediata de eleições diretas para presidente.

Dois pesos e duas medidas – Segundo ela, o País vive um estado de exceção no qual todos os adversários do atual regime são considerados inimigos e criminalizados enquanto os amigos do governo são poupados. Para exemplificar a tese, ela citou o caso envolvendo os ex-ministros da Cultura Marcelo Calero e da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima.

“O estado de exceção é capaz de criminalizar alguns atos legítimos e perdoar outros que não são legítimos. Estes dois pesos e duas medidas está ficando claro em várias ações. Sobretudo na dimensão para certas questões. Não é considerado crime por advocacia administrativa defender que se libere a construção de um edifício de 106 andares numa área de patrimônio histórico”, afirmou.

Dilma vinculou a Operação Lava Jato ao suposto estado de exceção duas vezes. Na primeira ao dizer que o TRF-4 trata de forma excepcional os recursos referentes à Lava Jato. Na segunda, ao criticar delações premiadas.

O evento reuniu cerca de 500 pessoas, segundo organizadores, na maioria mulheres sindicalistas, na sede da CUT no bairro do Brás. Foi a primeira vez que Dilma esteve no local. Havia a expectativa da presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas ele cancelou a participação em função do depoimento ao juiz Sérgio Moro na condição de testemunha de defesa do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.

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