Dólar fecha em alta e supera R$ 2,40 pela primeira vez em 5 meses

Moeda norte-americana subiu 1,27%, para R$ 2,4026.
Fundo Pimco, voltado a emergentes, recomendou cautela em investimentos.

O dólar fechou em alta de mais de 1% em relação ao real e ultrapassou R$ 2,40 pela primeira vez em cinco meses nesta quinta-feira (23), reagindo ao mau humor do mercado em relação ao Brasil e outros mercados emergentes, depois de relatório da Pimco criticando a política econômica brasileira.

A moeda norte-americana subiu 1,27%, para R$ 2,4026, é o maior valor desde 22 de agosto, quando fechou a R$ 2,4320. Veja cotação

“É um movimento no mundo inteiro. A cesta de moedas de mercados emergentes está perdendo valor. É um mal estar como um todo”, afirmou à Reuters operador de banco estrangeiro citando relatório da Pimco, maior gestora de bônus emergentes do mundo.

“Investidores em mercados emergentes devem ser agora cautelosos com o Brasil, especialmente devido ao recente fraco desempenho”, avaliou a Pimco em relatório, em que afirma que falta “ordem e progresso” ao país, se referindo à bandeira brasileira. “Para os investidores em mercados emergentes, o clima no Brasil foi caracterizado por qualquer coisa menos ‘ordem e progresso’ em 2013.”

Antes do relatório da Pimco, contudo, o dólar já operava em alta “O movimento de alta do dólar começou, de maneira geral, com a abertura dos negócios nos EUA e é relacionado ao ajuste de operações lá fora”, afirmou à Reuters o gerente de análise da XP Investimentos Caio Sasaki.

“O dólar tende a trabalhar dentro desse nível, indo a R$ 2,35 quando tem expectativa de entrada (de recursos) e a R$ 2,40 quando vem notícia ruim”, afirmou mais cedo à Reuters o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho.

Intervenções do BC
A ação do BC, que atua no câmbio para reduzir o preço da moeda americana, não evitou a alta. Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade ao programa de intervenção diária no mercado, vendendo a oferta total de 4 mil contratos de swap cambial tradicional — equivalentes à venda futura de dólares –, todos com vencimento em 1º de setembro de 2014. A operação teve volume financeiro equivalente a US$ 197,8 milhões. A autoridade monetária também ofertou swaps para 2 de maio, mas não vendeu nenhum.

O BC vendeu ainda uma oferta total de 25 mil swaps na 6º etapa da rolagem dos vencimentos em 3 de fevereiro. Com isso, já rolou quase 70% do lote total que vence no mês que vem, equivalente a US$ 11,028 bilhões.

Também influenciou na valorização do dólar a expectativa de investidores de que o Federal Reserve, banco central dos EUA, promova mais um corte de US$ 10 bilhões no programa de compra de títulos na próxima semana, reduzindo ainda mais a oferta global de liquidez.

Nesta quinta-feira, dados mostraram que a produção industrial norte-americana avançou no ritmo mais forte em 3 anos e meio no quarto trimestre e a atividade fabril fechou o ano em tom mais robusto, sinalizando melhora na perspectiva econômica do país.

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