Em Allianz Parque esvaziado, Palmeiras decepciona e fica no 0 a 0 com o ASA
Somente 17.212 testemunhas presenciaram um dos piores jogos do Palmeiras no Allianz Parque. Mesmo diante de um adversário de pouca expressão, a equipe de Oswaldo de Oliveira, em uma quarta-feira de pouca inspiração, ficou apenas no empate de 0 a 0 contra o ASA e perdeu uma ótima chance de largar na frente no confronto válido pela terceira fase da Copa do Brasil. Ao final, a insatisfação do público e muitas, muitas, vaias.
Diante do grande ‘fantasma’ da história palmeirense na Copa do Brasil – o ASA surpreendeu o time alviverde em 2002 -, a equipe palestrina sofreu diante de um rival bem maduro em campo. Mesmo desembarcando em São Paulo com um retrospecto ruim na Série C do Brasileiro – dois empates em dois jogos -, os alagoanos seguraram o Palmeiras com maestria.
Fora a postura elogiável do ASA, um time de menor expressão e com um investimento estratosfericamente menor do que o rival paulista, o Palmeiras apresentou-se de uma maneira fria, apática e pouco empolgante. Em uma formação estática, sem movimentação, o time alviverde preocupou o torcedor, agora desconfiado, com uma postura inversa ao do empolgado com a campanha no Estadual.
Antes de pensar novamente na Copa do Brasil, o Palmeiras terá pela frente no final de semana um compromisso já considerado decisivo; não pela situação na tabela, mas pela atual conjuntura da temporada. Uma derrota no domingo para o arquirrival Corinthians, na Arena Corinthians, poderá mudar os rumos do atual vice-campeão paulista para o restante da temporada.
Oswaldo de Oliveira não se apega à nenhuma escalação, da mesma forma que insiste no esquema. O 4-2-3-1 deixou de funcionar há semanas, mas o técnico só mexe nas peças. Os escolhidos desta noite apenas foram expostos a xingamentos de torcedores raivosos pela má fase da equipe.
Quem reclamava, porém, não era de organizada. Todas as uniformizadas do Palmeiras mantiveram o protesto contra o preço dos ingressos e dos planos para sócios-torcedores e ficaram caladas ao longo de todo o primeiro tempo. O silêncio serviu de eco para que palavrões e ofensas variadas fossem ouvidas até o intervalo, a maioria endereçada ao treinador.
Para aumentar a irritação, o ASA passou os primeiros dez minutos marcando no campo de ataque. O time mandante só conseguiu passar com mais eficiência do meio-campo graças à movimentação de Alan Patrick. Apesar das claras deficiências técnicas, o meia compensava mais uma atuação apática de Valdivia, mas a esperança de toque de bola, mesmo que estimulada por um só jogador, durou pouco.
Aos 11, Alan Patrick ajeitou de calcanhar para Egídio tocar rasteiro, encontrando Cristaldo livre, quase na pequena área, e o argentino bateu tão fraco que recuou para o goleiro. Aos 13, Alan entregou para Valdivia, que lançou com precisão para Lucas cruzar da linha de fundo e Alan Patrick aparecer para cabecear firme, obrigando Pedro Henrique a fazer boa defesa. E foi só.
O palmeirense não pôde nem imaginar mais que poderia ver as redes do ASA balançadas antes do intervalo. O Palmeiras se atrapalhava com a bola e ninguém se salvava. Entre erros de passe e divididas duras, literalmente brigando pela bola, o caro e reformulando elenco se igualava em todos os critérios com um adversário que disputa a terceira divisão nacional – e só empatou na Série C até agora.
O time alagoano não tinha nenhuma qualidade nem para fazer Fernando Prass trabalhar, mas fazia o suficiente para ser o coadjuvante de uma noite raivosa para os palmeirenses. Como se esperava, o time alviverde foi para os vestiários sob intensa vaia e xingamentos, a maioria gritada com intensidade para Oswaldo de Oliveira, que teve sua saída pedida entre muitos palavrões pela maioria dos presentes.
Na volta do intervalo, as organizadas já estavam cantando, mas a equipe continuava envergonhando qualquer tradição do clube. Sobrou para Alan Patrick, substituído sob vaias por Zé Roberto, que não mudou nada no péssimo desempenho do time, assim como Leandro Pereira, escolhido para entrar no momento em que Cristaldo foi exposto a xingamentos.
O Palmeiras tinha mais vontade e, com a opção do ASA de abdicar até de contra-ataque, passou o segundo tempo inteiro no ataque. O que só fez o time acumular erros e motivos para ofensas da torcida. Aplausos foram ouvidos apenas quando Oswaldo decidiu colocar Cleiton Xavier – mesmo assim, o técnico foi chamado de “burro” por ter tirado o volante Arouca.
Diante do cansaço adversário, o Palmeiras conseguiu fazer a bola rodar a área do ASA e até fez o goleiro Pedro Henrique trabalhar um pouco. Mas o maior aliado do time alagoano era o próprio clube alviverde, incapaz de acertar e escapar de justas vaias na noite em que nada deu certo. Podia ser pior, já que Prass fez duas defesas difíceis depois dos 45 minutos.