Em entrevista Edilson Silva fala da importância da 15ª Semeia
Deputado também falou que os transtornos com as fortes chuvas na Mata Sul aconteceu por “falta de vergonha na cara por parte do governo do Estado”
Por André Luis
O Deputado estadual Edison Silva que participa da 15ª Semeia que acontece na manhã desta terça-feira (06) no Cine Teatro São José em Afogados da Ingazeira-PE, falou ao repórter Celso Brandão da Rádio Pajeú, durante o programa Manhã Total, sobre a importância do seminário.
Para Edilson o movimento é extremamente importante: “mais do que importante é um movimento imprescindível, porque a defesa do meio ambiente, a defesa da vida no Semiárido é um desafio pra nós, eu tenho estudado um pouco o tema da desertificação, o tema da estiagem e a mobilização das comunidades locais em defesa da Caatinga, em defesa de uma luta por políticas públicas que possam recuperar a Caatinga, que possam rever aqui na região uma vocação econômica que garanta a sustentabilidade, que garanta manejo de uma agroecologia, tudo isso é muito importante”, destacou.
Edilson também falou que não se pode esperar somente por ações do governo e dos deputados, e que esse tipo de ação “tem que vir de baixo pra cima e é o que está acontecendo aqui em mais esta edição da Semeia”.
O deputado disse ainda que esse tipo de movimento é um grito de defesa da vida no Semiárido e dai a importância de sua participação: “estou muito agradecido de poder estar participando desse momento aqui com toda a comunidade com todas as entidades, Casa da Mulher do Nordeste, Diaconia, o Grupo Fé e Política da igreja que esta sempre ai trabalhando de maneira séria, muito forte e estamos aqui pra somar”.
Questionado sobre se há sinalização de ações na Câmara Legislativa para combater a prática criminosa do desmatamento ilegal, Edilson disse que tem pautado seu mandato em cima do tema: “nosso mandato tem sido muito insistente e até chato nesse sentido, precisamos que a Companhia Pernambucana de Recursos Hidricos – CPRH subordinada a Secretaria de Meio Ambiente, tenha fiscais aqui, é preciso que se tenha certificação de lenha na ponta, porque veja bem, se você não tem, as carvoarias, se o polo gesseiro, se o polo cerâmico ali no Agreste, tivesse fiscalização e certificação da lenha, nós não teríamos essa pressão para que houvesse esse desmatamento na região”, disse.
Edilson responsabilizou o governo do estado pelo desmatamento e dizendo que o mesmo não cumpre a sua função: “é preciso que a gente recupere, tenha uma capacidade mínima do governo de fiscalizar essa lenha, como é que você tem carvoarias, gesseiras e cerâmicas, que estão ai comprando lenha em larga escala sem nenhum tipo de certificação”?
O deputado do PSOL, também falou da importância de se ter uma alternativa para a subsistência das pessoas que dependem da retirada das árvores para a sobrevivência: “precisamos perceber o seguinte, na outra ponta, que é na ponta onde a mata é tirada da Caatinga, onde a árvore é tirada, é preciso dar uma alternativa de subsistência, pra que aquela pessoa, que muitas vezes é o próprio sertanejo que está lá fazendo esse tipo de serviço. Nós temos que construir alternativas é por isso que o nosso mandato está querendo nos próximos meses, realizar um grande seminário aqui no Sertão, pra que a gente possa discutir essas questões de forma interligada, nós precisamos dar condições de vida para o sertanejo, condições de vida digna! Isso significa, por exemplo, a gente tratar a questão das eólicas, que é uma alternativa que está se apresentando aqui pra região, não só no Sertão, mas também no Agreste, como é que a gente integra isso na vida da população e como é que a gente consegue trazer essa nova matriz energética como parte de um processo de solução desse problema”.
Falando sobre a crise política e financeira que vive o país, principalmente a descrença que boa parte da população está em relação a classe política brasileira, Edilson disse que em primeiro lugar a crise financeira é muita relativa: “um país onde se rouba tanto, um país onde você constrói estádio de futebol padrão Fifa, gastando bilhões e milhões, onde se rouba tanto em tantas obras, não se pode dizer que é um país em crise financeira e muito menos que é um estado pobre, então veja, nos tivemos recentemente essa crise com as barragens na Mata Sul, essas enchentes, mas não foi por falta de recursos e sim por falta de prioridades, por falta de vergonha na cara por parte do governo do Estado”.
Edilson disse ainda que a saída para se combater a corrupção é a união do povo: “mais uma vez isso que acontece aqui, a Semeia, é um exemplo da nova política que deve ser feita, a nova política não deve ser esperada dos políticos, não deve se esperar dos partidos, a nova política ela tem que vir da própria sociedade, que tem que cobrar a participação efetiva dos políticos” finalizou.
Ouça abaixo na íntegra como foi a entrevista com o deputado: