Ex-promotor ficará 10 dias preso por condenar inocente nos EUA
Texano passou 25 anos na cadeia por um crime que não cometeu.
Ex-promotor Ken Anderson também prestará serviço social por 5 anos.
Um ex-promotor foi condenado a dez dias de prisão pelas acusações que, em 1987, condenaram Michael Morton, um cidadão do Texas, nos Estados Unidos, a passar quase 25 anos detido por um assassinato que não cometeu, informou nesta sexta-feira (8) a imprensa local.
Ken Anderson, que foi promotor no condado de Williamson, nos arredores de Austin (Texas), deverá passar dez dias na prisão no mês de dezembro, perderá sua licença para exercer a advocacia, pagará uma multa e prestará serviços sociais nos próximos cinco anos.
O juiz Kelly Moore, que está conduzindo o caso, culpou o ex-promotor de falsificação de provas e de ter garantido ao magistrado, durante o julgamento em 1987, que não tinha nenhuma evidência favorável à defesa do acusado.
O acusado era Michael Morton, que foi erroneamente culpado pelo brutal assassinato de sua mulher e que passou quase 25 anos na prisão, até que, em 2011, um exame de DNA comprovou que o crime fora cometido por outro homem.
“Hoje é um bom dia”, disse Morton depois da audiência. “Eu disse que, a única coisa que eu queria, em princípio, era colocar Ken Anderson no banco dos réus e que ele fosse impedido de exercer a advocacia”.
Anderson foi acusado de ocultar duas provas básicas na defesa de Morton. Michael alegou que sua esposa, Christine Morton, foi assassinada por um desconhecido que havia invadido sua casa.
A primeira se trata de uma transcrição da conversa entre a mãe da mulher assassinada e um policial. A senhora garantiu que seu neto e filho da família, de apenas 3 anos, que presenciou o crime, negou que Michael estivesse em casa e descreveu o assassino como um monstro.
A segunda prova é um relatório policial sobre um motorista desconhecido que tinha circulado várias vezes pela região onde viviam os Morton antes do assassinato.
Anderson, que vai para a prisão no dia 2 de dezembro, foi promotor no condado de Williamson durante 16 anos e se tornou juiz em 2002, cargo do qual já renunciou.
A organização Innocence Project, dedicada a casos de condenações equivocadas, adiantou que vai fazer uma revisão de todos os casos nos quais Anderson participou como promotor.
Do G1