Exploração ilegal de saibro ameaça Serra da Matinha, patrimônio ambiental e área de preservação definida pelo CPRH
Do Blog do Nill Júnior
Área de proteção ambiental definida pela Secretaria de Recursos Hídricos e CPRH, a Serra da Matinha, importante área do município de Carnaíba, corre sérios riscos e já tem boa parte de sua área desmatada por retirada excessiva de saibro. É o que revela relatório do Conselho Municipal em Defesa do Meio Ambiente e DIACONIA a que o blog teve acesso com exclusividade. O relatório mostra que falta ação das autoridades e que a definição como área de proteção ambiental não quer dizer muito.
Segundo o levantamento, a retirada excessiva de saibro (areia) na serra da Matinha é uma situação ainda mais complexa do que se possa imaginar, tendo em vista que se trata de uma área em estudo para tornar-se Unidade de Conservação- UC pelo estado de Pernambuco. A área em questão é motivo de sérias preocupações, uma vez que a constante retirada de areia tem ocasionado graves erosões.
Redução ou destruição de hábitat, afugentamento da fauna, morte de espécimes da fauna e da flora terrestres e aquáticas, incluindo eventuais espécies em extinção, interrupção de corredores de fluxos gênicos e de movimentação da biota, são parte da ameaça a que está submetido o paraíso sertanejo, cuja exploração como polo de turismo rural jamais saiu do papel por ação das autoridades. Pelo contrário, ocupação imobiliária desordenada e exploração de saibro dão à comunidade potencial possibilidade de fim dessa perspectiva de atividade econômica.
As imagens extraídas através do Google Earth da Matinha, mostram o quanto a área já está degradada. Demonstra a dimensão do desmatamento e extração do saibro da comunidade, aos pés da serra, marco ambiental da comunidade.
Mais gritantes são as imagens do local onde há a extração, registradas por o Conselho Municipal em Defesa do Meio Ambiente (COMDEMA) de Carnaíba em parceria com a Diaconia em julho de 2014, para realização de um Diagnóstico dos principais problemas Ambientais do município.
O quadro, mais de seis meses depois, deve ser bem pior. O Conselho levantou ainda que o proprietário da área não tem se sensibilizado com a dimensão que a extração de saibro tem tomado, com base nas imagens. Como em outras situações similares, tem usado a velha máxima de que “a terra é dele e faz dela o que quer”.
Recentemente, a Diocese de Afogados da Ingazeira começou a encampar uma campanha contra a exploração ilegal de madeira e bens ambientais das comunidades no Pajeú e deu como exemplo a comunidade. O relatório foi encaminhado a CPRH e Secretaria do Meio Ambiente. Espera-se ação também do MP e outras autoridades, antes que seja tarde.