Falta dinheiro às prefeituras, mas também planejamento
Por Inaldo Sampaio / Fogo Cruzado
Mais de uma centena de prefeitos pernambucanos reuniram-se anteontem na sede da Amupe para uma “sessão de desabafos” sobre a situação em que se encontram seus municípios. A maioria deles não tem receita própria, sobrevive tão somente com os recursos do FPM (governo federal) e do ICMS (governo estadual).
Poderiam cobrar os impostos de sua competência (ISS, IPTU e ITBI), mas muitos não fazem isto com receio de perder votos. Eles dizem (e é verdade) que os municípios foram obrigados a assumir programas que eram de responsabilidade do governo federal, mas o dinheiro que vem é insuficiente para bancar suas despesas.
Um exemplo disto é o PSF (Programa de Saúde na Família). O município recebe cerca de R$ 11 mil por cada equipe, quando este dinheiro só é suficiente para pagar o salário de um médico.
Alegam também que houve queda no FPM no curso deste ano, apesar de a Secretaria do Tesouro Nacional garantir o contrário. Ou seja, que houve aumento real nesses repasses. Que a crise afetou os municípios de modo geral é absolutamente verdadeiro.
Mas também não é menos verdade que faltou planejamento para conviver com ela. Pede-se agora R$ 4 bilhões ao governo federal para tirar os municípios do sufoco. Mas quem conhece o ministro Meireles sabe que este pleito não será atendido.