Fetape e moradores de Santa Rosa fazem protesto e fecham PE 320
Eles querem rapidez nas indenizações das famílias que lá residem e denunciam problemas respiratórios por exploração do calcário além de outros riscos causados por fábrica de cimento Pajeú
Um protesto organizado por Fetape, moradores da comunidade de Santa Rosa, município de Carnaíba e com apoio de instituições como a Paróquia de Santo Antônio interdita neste momento a PE 320, entre Carnaíba e Flores, no trecho paralelo à Fábrica de Cimento Pajeú, do grupo Petribú. Os trabalhadores queimaram pneus na pista e gritam palavras de ordem.
Segundo o presidente da Fetape, Doriel Barros, falando à Rádio Pajeú a pouco, o processo de instalação da fábrica foi mal administrado por fábrica, município e Estado. “É inadmissível que antes de instalar a fábrica não tenha se resolvido de forma correta a situação de moradores que estão aqui a muito mais tempo”, criticou.
Mayara Lima, que encabeça com a comunidade o movimento, relatou o que está motivando a revolta das famílias. “Já há crianças sofrendo com problemas respiratórios por conta da poeira fruto da exploração dos calcários. Famílias estão assustadas com as explosões das rochas, pois pedras estão voando na direção das casas”.
Daqui a pouco, uma reunião vai discutir se o movimento na estrada continuará ou se os trabalhadores seguirão para a Prefeitura.
Falando agora a pouco para a produção do programa Manhã Total, o prefeito de Carnaíba, José Mário Cassiano (PSB), afirmou que já tem ciência do protesto e que vai conversar com uma comissão tirada da manifestação na PE 320 formada por Fetape, CUT e moradores de Santa Rosa. “Não tenho conversar com todo mundo, mas vou falar com a comissão”.
Já o ex-prefeito Anchieta Patriota, que gerenciou a instalação da fábrica no município está taxando a participação de Fetape e CUT no protesto de política. Disse à produção do programa inclusive que o Presidente Estadual da CUT, Carlos Veras, “não passa de um arruaceiro”.
Entenda o caso: a comunidade de Santa Rosa fica ao lado da Fábrica de Cimento Pajeú, do Grupo Petribú. Com o anúncio da instalação da fábrica feito pelo governo do Estado e Prefeitura, era certo que teriam, que ser realocados por conta da área de exploração de calcário que fica em uma área no entorno da comunidade.
Mas segundo eles, o que era para ser administrado com rapidez e justiça, vem sendo feito com lentidão. As cartas de indenizações traziam valores que não garantiriam a mudança para outro local. Houve promessa de lideranças de Carnaíba e do então governador Eduardo Campos de que eles não sairiam sem indenizações justas. O problema se arrasta sem solução definitiva para todos. Apenas algumas famílias receberam indenizações.
Veja abaixo algumas imagens do protesto:
Fotos: Blog do Cauê Rodrigues