HSBC irá encerrar suas atividades no Brasil
O banco tem mais de 21 mil empregados e mais de 850 agências no país. Em Pernambuco, são sete agências do grupo
Do Diário de Pernambuco
O banco britânico HSBC, prejudicado por diversos escândalos no mundo todo, anunciou nesta terça-feira, uma série de mudanças para reestruturar o grupo. As medidas incluem a suspensão de 50 mil postos de trabalho e o encerramento das atividades do banco no Brasil e na Turquia. As ações devem eliminar cerca de 10% do quadro de funcionários, entre 22 e 25 mil empregos. Outros 25 mil postos de trabalho serão suprimidos com a venda das atividades nos dois países.
No Brasil, o HSBC tem mais de 21 mil empregados e mais de 850 agências. Em Pernambuco, são sete agências do grupo, cinco no Recife, uma em Olinda e outra em Caruaru. A ideia é fechar várias agências ao redor do mundo e acelerar o processo de transações para “atender as necessidades internacionais dos grandes clientes corporativos”, afirmou o banco. Em nota enviada à Bolsa de Hong Kong, a direção informou ter a meta de reduzir os custos em algo entre 4,5 e 5 bilhões de dólares anuais até 2017.
Outro anúncio foi a intenção de acelerar os investimentos na Ásia. Isso pode representar a volta do banco a Hong Kong, depois de alguns anos passados em Londres. O HSBC foi fundado em 1865 em Hong Kong pelo escocês Thomas Sutherland como Hong Kong & Shanghai Banking Corporation, para financiar o comércio no Extremo Oriente, que na época tinha o ópio como uma de suas principais fontes de riqueza.
Maior banco da Europa, o HSBC sofreu uma queda brusca no seu lucro líquido em 2014 devido às enormes multas recebidas pelas numerosas irregularidades, especialmente no Reino Unido e nos Estados Unidos. O escândalo, conhecido como Swissleaks, foi resultado da utilização da filial do banco na Suíça por milhares de clientes, incluindo personalidades, para evitar o pagamento de impostos em seus países.
O caso foi descoberto em 2008, quando o ex-funcionário do banco Hervé Falciani entregou arquivos digitais da filial suíça às autoridades francesas. O material foi compartilhado e várias investigações em diversos países foram abertas. Em 2012, o HSBC precisou pagar uma multa de quase dois bilhões de dólares nos Estados Unidos por ter autorizado transferências de clientes suspeitos de estarem ligados ao narcotráfico no México e ao terrorismo no Oriente Médio.