Indianos protestam contra morte de jovem queimada viva após estupros
Menina de 16 anos foi morta após denunciar suspeitos de cometer os crimes.
Morte reavivou onda de manifestações em Calcutá e em Nova Délhi.
Indianos protestavam na manhã deste domingo (5) contra a morte de uma adolescente que foi queimada viva após sofrer dois estupros coletivos separados na cidade de Calcutá. A polícia confirmou a morte na quinta-feira (2), o que reavivou os protestos contra este tipo de crime sexual na cidade e na capital, Nova Délhi.
A menina de 16 anos foi primeiramente atacada em 26 de outubro e novamente no dia seguinte por um grupo de mais de seis homens perto da casa de sua família na cidade de Madhyagram, 25 quilômetros ao norte de Calcutá.
O segundo estupro coletivo aconteceu quando ela estava voltando para casa depois de ter ido prestar queixa do primeiro ataque numa delegacia de polícia.
Em 23 de dezembro, atearam fogo na adolescente e ela morreu no hospital, na noite de Ano Novo, informou a polícia.
“Antes de morrer, ela prestou depoimento diante de um oficial de justiça e afirmou que duas pessoas ligadas aos acusados atearam fogo nela quando estava sozinha em casa”, informou o policial Nimbala Santosh Uttamrao à agência de notícias AFP.
A polícia realizou as duas primeiras prisões na quarta-feira (1º), dois meses depois do primeiro crime. “Os acusados tentaram matar minha filha ateando fogo nela para silenciá-la sobre os crimes”, declarou o pai da vítima, um taxista. Nem ele nem sua filha podem ter o nome revelado por razões legais.
Centenas de ativistas protestaram na primeiro dia do ano em Calcutá para denunciar os crimes e as brutalidades cometidas com as mulheres indianas. Os ativistas também se manifestaram na capital Nova Délhi na quinta-feira, acusando o governo e a polícia de não agir com rapidez depois que a adolescente apresentou sua primeira queixa.
Os crimes de estupro, agressão e assédio sexual contra as indianas estão no centro das discussões nos últimos doze meses depois de um estupro coletivo que tirou a vida de uma estudante de 23 anos em um ônibus em Nova Délhi, em dezembro de 2012.
Desde então, o Parlamento aprovou leis mais rígidas para punir os estupradores.
Do G1