Inocêncio Oliveira se despede da Câmara após 40 anos de mandato
No décimo mandato consecutivo como deputado federal, o deputado Inocêncio Oliveira usou a tribuna nesta quarta-feira (19) para fazer o discurso de despedida da Casa. Com 76 anos de idade e problemas de saúde, artrose e deficiência na audição, Inocêncio desistiu de concorrer a um novo mandato, abrindo espaço para a eleição de seu sobrinho, Sebastião Oliveira (PR-PE). Durante os 40 anos de vida pública, Inocêncio teve muito poder, especialmente durante o governo Fernando Henrique Cardoso, quando liderou a bancada do PFL.
— O momento não é de falar de tristeza. O Inocêncio não está deixando a Casa, está dando uma pausa. Estará sempre conosco! — afirmou o deputado Miro Teixeira (PROS-RJ), que também está em seu décimo mandato, ao homenagear o colega.
Natural da cidade de Serra Talhada, em Pernambuco, Inocêncio Oliveira elegeu-se federal pela primeira vez em 1975, pela Arena, partido governista na época do regime militar. Depois filiou-se ao PDS e foi deputado constituinte já pelo PFL. Foi presidente da Câmara entre os anos de 1993 e 1995 e acabou perdendo a eleição para Aécio Neves, em 2001. Mas chegou a ganhar, nos bastidores, o apelido de “guardanapo” porque ocupou, como federal, vários cargos da Mesa Diretora da Casa, como a vice-presidência, e secretarias. Sem espaço no partido para disputar uma vaga na Mesa, Inocêncio deixou a legenda e filiou-se ao PR.
Em, 2006, Inocêncio Oliveira foi condenado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 16* região, no Maranhão, por manter trabalhadores em condição semelhante a de escravos em sua fazenda Caraíbas, no município de Gonçalves Dias (MA). Mas, no Supremo Tribunal Federal (STF), o inquérito que o acusava de prática de trabalho escravo foi arquivado.
Do O Globo