Jair Bolsonaro e Fernando Haddad disputarão a Presidência no 2º turno
Do Poder 360
Às 20h50, as apurações do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) confirmaram matematicamente que Jair Bolsonaro (PSL), 63 anos, e Fernando Haddad (PT), 55 anos, disputarão o 2º turno das eleições presidenciais em 28 de outubro.
O resultado com 99% das urnas apuradas indica o militar com 49.268.774 votos –46,16% do total de válidos (sem considerar brancos, nulos e abstenções). Em 2º lugar, ficou o petista com 31.311.506 votos –29,09% do total.
Ciro Gomes (PDT) recebeu 13.341.100 votos –12,49% dos votos válidos. Em 4º lugar ficou Geraldo Alckmin (PSDB) com 4,77%.
O resultado das urnas confirma a tendência indicada pelas pesquisas de intenção de voto divulgadas nos últimos dias (veja no agregador de pesquisas do Poder360). Os candidatos de PSL e PT cresceram na última semana e se destacaram dos adversários.
Essa configuração quebra a polarização PT-PSDB que se consolidou em 1994 e se repetiu em todas as eleições presidenciais até a última, em 2014.
Bolsonaro liderou todas as pesquisas desde que a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva foi barrada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Com uma campanha centrada nas redes sociais e sem a estrutura tradicional dos maiores partidos, o militar ganhou força e abasteceu esperanças, inclusive, de vencer no 1º turno.
Fernando Haddad começou a campanha desconhecido da maior parte do eleitorado. Foi oficializado candidato à Presidência em 11 de setembro. Em menos de 1 mês, incorporou parte dos votos cativos de Lula e se consolidou em 2º lugar.
Geraldo Alckmin (PSDB) decepcionou. Dono da maior coligação, com 9 partidos, e do maior tempo de TV, não conseguiu decolar em nenhum momento da campanha. Sem sucesso, viu aliados se debandarem para o lado de Jair Bolsonaro, inclusive o PP gaúcho, de sua vice, Ana Amélia.
No fim, foi derrotado em seu próprio Estado, São Paulo, que já governou por 4 mandatos.
Candidatos nanicos
No bloco de candidatos que ficaram abaixo de 3% dos votos, o destaque foi João Amoêdo do partido Novo, que participa da sua 1ª eleição presidencial. O candidato superou em votos o MDB de Henrique Meirelles, candidato que mais gastou na campanha, o senador Alvaro Dias (Podemos) e a ex-ministra Marina Silva (Rede).
A candidata da Rede Sustentabilidade, que concorreu pela 3ª vez à Presidência foi a grande decepção. Teve seu pior desempenho, com 1% dos votos válidos –uma fração dos 21,32% que teve em 2014, quando foi candidata pelo PSB, e dos 19,33% em 2010, quando ainda era filiada ao PV.
A tendência de queda já aparecia nas últimas pesquisas. A candidata chegou a ter 16% das intenções de voto no começo do ano, mas a falta de estrutura partidária e 1 discurso que não colou junto ao eleitorado levaram à derrocada nas urnas.
À frente de Marina ainda ficou o candidato Cabo Daciolo (Patriota), que ganhou notoriedade por sua participação nos debates na TV aberta e por ter passado a maior parte da campanha em retiro em 1 monte no Rio de Janeiro.