Jornal: Neymar comprou Porsche de forma irregular, segundo a Receita
A Receita Federal apreendeu um Porsche Panamera 2011 do atacante Neymar, em julho do ano passado, por supostas irregularidades no ato da compra. O carro está sob a guarda do poder público desde então. As informações foram publicadas nesta terça-feira pela Folha de S. Paulo.
Segundo a reportagem, o carro foi adquirido pela Neymar Sport e Marketing, que cuida dos direitos de imagem do jogador, pelo valor de R$ 349 mil, em 2011, quando o atleta ainda defendia o Santos. A empresa foi autuada pela Receita, acusada de ter usado outra empresa irregularmente para importação do veículo, em prática conhecida como “importação por encomenda não declarada” – quando os envolvidos combinam antes toda a negociação para a importação e não seguem as normas legais quando o negócio é realizado de fato.
A empresa do jogador se defendeu, dizendo em nota que foi ao mercado de veículos importados e adquiriu a mercadoria da empresa First S/A, por intermédio da Select Import, LTDA. A Neymar Sport e Marketing sustenta que todos os valores foram pagos regularmente à empresa compradora do veículo no exterior, que foi entregue na data combinada. A First S/A não se pronunciou sobre o caso.
A nota da Neymar Sport e Marketing explica que, dois anos depois de o jogador ter ganhado o carro, já em 2013, a empresa foi “surpreendida” com uma fiscalização sofrida pela First, quando foi decretada a pena de perdimento do automóvel, “assim como ocorreu com outros produtos da First”.
A empresa de Neymar diz que a possibilidade não ter o Porsche de volta é uma “situação considerada remota” e que, se isso ocorrer, a First devolverá o valor pago ou entregará outro veículo semelhante. “Até o momento a First cumpriu integralmente sua promessa e adotou todas as providência para liberação do veículo”, diz a nota enviada à reportagem.
O curioso é que o Porsche foi um presente do pai de Neymar para pagar uma aposta com o filho, no Sul-Americano Sub-20, em 2011. Para ganhar, o atacante precisaria ser campeão e artilheiro do torneio. Foi o que aconteceu. O Porsche Panamera 2011 era originalmente branco, mas Neymar pediu para adesivá-lo em amarelo.
Mais uma dor de cabeça
Na semana passada, o desembargador Carlos Muta, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região, determinou o bloqueio de R$ 188 milhões de Neymar, acusado pela Procuradoria da Fazenda Nacional de sonegar impostos de 2011 a 2013.
Em uma nota oficial divulgada na sexta-feira, os pais de Neymar defenderam o filho da acusação de sonegação fiscal. A nota assinada por Neymar da Silva Santos e Nadine Gonçalves da Silva Santos, pais do jogador, afirma que Neymar não é sócio das empresas e, por isso, não pode declarar do que não se apropria. O esclarecimento destaca ainda que nem o jogador nem as empresas sonegaram impostos.
Na segunda-feira, o empresário Wagner Ribeiro, envolvido na polêmica venda de Neymar para o Barcelona, escreveu uma carta aberta aos pais do jogador, aconselhando-os a “pegar a grana e mandar para um paraíso fiscal”.