Jornalistas franceses foram friamente assassinados no Mali, diz chanceler
Gabinete francês fez reunião emergencial após morte de repórteres da RFI.
Ministro prometeu ampliar segurança na região onde crime ocorreu.
Os dois jornalistas franceses mortos no sábado no norte do Mali foram “friamente assassinados” a tiros, disse neste domingo (3) o chanceler da França, Laurent Fabius.
Ele acrescentou que a segurança na região de Kidal, onde ocorreu o crime no país africano, vai ser ampliada.
“A segurança na área e nas áreas próximas, especiamente para cidadãos franceses, vai ser aumentada”, disse Fabius após reunião de gabinete.
Fabius disse que “terroristas” estavam por trás do ataque “infame e revoltante”.
Os jornalistas – Ghislaine Dupont, de 57 anos, e Claude Verlon, 55 anos, acostumados a missões difíceis – foram encontrados mortos depois de terem sido sequestrados por homens armados na cidade de Kidal.
Eles foram sequestrados depois de entrevistar Ambeiry Ag Rhissa, morador de Kidal e representante do grupo separatista local MNLA Tuareg.
Segundo a AFP, Ag Rhissa disse que “escutou um barulho suspeito fora de casa e ao abrir a porta viu os sequestradores empurrando os jornalistas para dentro de uma caminhonete bege”.
Os sequestradores “usavam turbantes e falavam tamachek”, a língua dos Tuareg. Eles forçaram Ag Rhissa a entrar na residência e fizeram o motorista se deitar no chão. Segundo o motorista, os dois jornalistas protestaram e tentaram resistir, sem sucesso.
“Alguns minutos após a busca pelos sequestradores dos dois franceses ter início, fomos informados de que seus corpos foram encontrados cheios de balas no exterior da cidade”, disse o prefeito da cidade de Tinzawaten, baseada em Kidal, Paul-Marie Sidibe.
Uma autoridade militar sênior do MNLA também disse que os corpos foram recuperados no exterior de Kidal. Uma fonte de segurança do Mali afirmou que os jornalistas foram mortos a cerca de 12 quilômetros da cidade.
A imprensa francesa levantou neste domingo a hipótese de uma disputa financeira relativa ao resgate pago – 20 milhões segundo algumas fontes – para a libertação de quatro reféns franceses detidos pela Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI) por mais de três anos no Sahel, e que retornaram para a França na quarta-feira.Desde então, Paris reitera que a França não paga o resgate de reféns, mas sem explicitamente excluir que o dinheiro privado pode ser pago.
O Exército francês intervém desde janeiro no Mali, de onde expulsou os grupos islamitas armados que ocupavam o norte do país.
França, Mali e a Minusma, a força de paz da ONU no Mali, colocaram em andamento uma operação conjunta no país há uma semana para evitar um ressurgimento dos movimentos terroristas.
À espera de respostas, as reações de comoção e indignação se multiplicam desde sábado.
O Conselho de Segurança da ONU “condenou energicamente” o sequestro e assassinato dos jornalistas em um comunicado divulgado sábado à noite.
Do G1