Manifestantes antigoverno invadem sede do Exército na Tailândia
Grupo pede saída da premiê Yingluck Shinawatra e de seu irmão.
Protestos ganharam força com ocupação de prédios oficiais em Bangcoc.
Os manifestantes que exigem há semanas a saída do governo da Tailândia entraram à força nesta sexta-feira (29) na sede do Comando das Forças Terrestres, segundo um porta-voz militar.
Há um mês, manifestantes organizam protestos regulares contra a chefe de Governo, Yingluck Shinawatra, e seu irmão Thaksin, ex-primeiro-ministro deposto em 2006 por um golpe de Estado, mas que continua no centro da política, apesar do exílio.
Mas esta semana a mobilização ganhou força com a ocupação de vários prédios oficiais, incluindo o Ministério das Finanças.
Nesta sexta, os manifestantes forçaram o portão às 12h10 (3h10 no horário de Brasília) e entraram no complexo, mas não nos edifícios.
Um jornalista da AFP no local contabilizou milhares de pessoas presentes no local. Segundo os manifestantes, a intenção é pedir aos militares para que se juntem a eles.
“Queremos mostrar ao Exército que o povo é forte e corajoso (…) Nós queremos saber se o Exército ficará ao lado das pessoas”, disse um dos líderes do protesto, Amorn Amornrattananont.
“Não queremos um golpe de Estado militar”, acrescentou.
Uma possibilidade que não é absurda em um país que viveu 18 golpes de Estados ou tentativas desde o estabelecimento da monarquia constitucional, em 1932.
Milhares de outros manifestantes fizeram uma passeata em direção à sede do partido Puea Thai no poder.
A situação no início desta tarde era tensa em frente ao prédio protegido por dezenas de policiais, segundo jornalistas da AFP.
A revolta da oposição foi provocada por uma lei de anistia, especialmente redigida segundo os manifestantes para permitir a volta do irmão de Yingluck e evitar uma condenação a dois anos de prisão por fraude financeira.
Após semanas de mobilização, os manifestantes não dão mostras de desistência, e para esta sexta-feira novas manifestações estão previstas.
As manifestações são as mais importantes desde 2010, quando 100 mil partidários de Thaksin, os ‘camisas vermelhas’, ocuparam o centro de Bangcoc durante dois meses para reclamar a saída do governo da época, dirigida pelo democrata Abhisit Vejajiva.
Da AFP