Marília diz que tentativa de aliança por parte do PSB não passa de oportunismo
Por André Luis
No Debate das Dez da Rádio Pajeú, desta terça-feira (20), os vereadores Raimundo Lima (PSB) e Augusto Martins (PR), junto com o ex-candidato a prefeitura de Ingazeira Mário Viana Filho (PTB) e com a participação por telefone da pré-candidata ao governo de Pernambuco e vereadora por Recife, Marília Arraes (PT), falaram sobre o aumento da especulação de uma possível aliança entre o PT e o PSB no estado.
A especulação aumentou após o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), ter recebido em São Paulo no último dia 15 a viúva do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, Renata Campos e o governador do estado Paulo Câmara.
Os dois partidos estão rompidos em Pernambuco desde 2012 e a situação se agravou quando os socialistas estaduais apoiaram, em 2016, o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, de lá pra cá foram muitas as acusações de ambos os lados, o que para alguns se torna impossível uma nova aliança entre os partidos.
No centro dessa discussão aparece a neta do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, a vereadora recifense, Marília Arraes, que rompeu com o primo Eduardo Campos após anunciar no dia 18 de setembro de 2014 que votaria em Dilma Rousseff (PT) para presidente, em Armando Monteiro (PTB) para o Governo do Estado, no deputado João Paulo (PT) para senador e em Dílson Peixoto (PT) para a Câmara Federal.
Alguns setores da imprensa especulam que Marília estaria servindo apenas de moeda de troca e que será rifada durante o processo, sendo obrigada a fazer uma barganha e lançar a sua candidatura a Câmara Federal. (O que já foi descartado por pessoas próximas a ela e por ela mesma).
Participando esta manhã no Debate das Dez, Marília disse que o posicionamento da base do partido garantirá a manutenção do projeto de candidatura própria ao governo do estado.
“A base do PT está mandando um recado para suas lideranças. Quer ver o partido todo defendendo projeto nacional por meio de uma candidatura própria e que é competitiva. Vemos o medo do PSB de perder as eleições que parece que tomou pose e não se deu conta disso. Quer tirar uma candidatura competitiva do páreo, dando uma de que estão no campo progressista. Mas Temer só é presidente pelo apoio do PSB, que inclusive votou pela intervenção militar no Rio. É uma aliança meramente oportunista, principalmente depois do grande ato em Serra Talhada”.
Provocada a falar sobre os seus companheiros de partido, que segundo especulações estariam aprovando a reaproximação entre o PT e o PSB, Marília disse que não costuma falar de companheiros e que nenhum dos dirigentes se posicionou nesse sentido. “Há decisão partidária de ter candidatura própria. Acho injusta a boataria em torno de nossas lideranças”.
Marília também falou que a busca pela aliança parte do PSB. “Eu vejo uma tentativa muito grande do PSB em fazer essa aliança, visto que estão com um governo totalmente desgastado. Não passa de uma aliança meramente oportunista que está sendo procurada por eles”.
Raimundo Lima (PSB), disse que há muita água para passar em baixo da ponte ainda, (se referindo à possibilidade da aliança) e que muitos nós serão desatados. Destacou o acirramento dos debates locais durante a última eleição em 2016, mas disse que agora acalmou um pouco mais.
Questionado sobre o que acha da possível aliança, Raimundo disse que sabe das conversações e que gostaria que a decisão fosse tomada em prol da população, mas que pelo fato de ser muito partidário vai seguir o que o partido definir.
“Se forem em beneficio da população estou dentro. Tenho minha opinião, mas sou muito partidário, sigo as orientações do partido”, disse Raimundo.
Mário Viana disse que o partido tem acompanhando a discussão e que “na política temos que ouvir todo mundo”.
Sobre a aproximação de políticos que até pouco tempo estavam ao lado do governo de Paulo Câmara, com o senador Armando Monteiro, Mário disse que Armando fez o papel de ouvir e que não houve uma aproximação só por parte de Armando.
“Eles se colocaram contra o governo de Paulo, não basta só fazer oposição, e sim mostrar ao povo que você pode fazer a diferença”, disse Mário.
Mário disse ainda que não há ainda definição nem de candidaturas nem de alianças, mas que pelo fato de Armando ter um trânsito muito bom, deve ser o escolhido para representar a oposição.
“Acho que não há um cenário firmado com as candidaturas nem com as alianças. Armando tem um trânsito muito bom nessa turma da oposição, e hoje acredito que teria o apoio da maioria dessas oposições”, disse Mário.
Para o vereador Augusto Martins, a tentativa de reaproximação do PSB com o PT, não passa de oportunismo. “O que observo é que há muito discurso de ambos os lados de conveniência, de momento, daquilo que favorece o discurso eleitoral. Vejo Paulo tentando essa reaproximação com o PT por conveniência acho que ele enxerga no PT uma tábua de salvação. Ele busca no PT esse reforço diante das perdas que aconteceram”, disse Augusto.
Augusto disse ainda que pelo fato de Marília não ter grande protagonismo como vereadora a vê como uma surpresa e não entende o por que dela aparecer tão bem nas pesquisas. “Marília é um fenômeno”. Ouça abaixo a íntegra do debate de hoje: