Merkel fecha acordo para formar coalizão de governo na Alemanha
Merkel poderá ser investida pelo Bundestag no dia 17 de dezembro.
Acordo de mais de 170 páginas une três partidos: CDU, CSU e SPD.
O bloco conservador alemão liderado pela chanceler Angela Merkel alcançou, na madrugada desta quarta-feira (27), um acordo com o Partido Social-Democrata para formar uma coalizão de governo para os próximos quatro anos, antecipou a imprensa local após uma longa noite de negociações.
A União Democrata-Cristã (CDU), seu partido gêmeo na Baviera – União Social-Cristã (CSU) – e o Partido Social-Democrata (SPD) chegaram a um acordo após mais de um mês de reuniões e mais de dois meses depois da vitória de Merkel nas eleições gerais.
O último passo para oficializar a coalizão será uma consulta à militância do SPD, já que o partido se comprometeu a submeter um eventual acordo a seus mais de 470 mil filiados.
Se a base do SPD aprovar, Merkel deve ser eleita em 17 de dezembro pelos deputados do Bundestag para comandar um governo de “ampla coalizão” em um terceiro mandato de quatro anos.
Merkel aceitou várias concessões importantes que poderiam ajudar a superar as dúvidas dos militantes do SPD, que hesitam ante a ideia de uma aliança com um partido de direita.
Durante a noite, fontes ligadas aos partidos indicaram que os conservadores aceitaram a criação de um salário mínimo na Alemanha de 8,50 euros a hora a partir de 2015, mas que só será aplicado a todos os setores a partir de 2017. Muitos detalhes ainda deverão ser explicados.
O partido social-democrata havia apresentado a medida emblemática de seu programa como um requisito para qualquer acordo de coalizão.
O salário mínimo seria uma novidade na Alemanha, país que até agora deixava nas mãos dos interlocutores sociais as questões salariais.
Segundo o instituto econômico DIW, 5,6 milhões de pessoas, 17% da força de trabalho alemã, recebem atualmente menos de 8,50 euros por hora.
Após mais de um mês de negociações, os social-democratas podem celebrar o acordo para um plano que aumenta os pagamentos para os que recebem salários baixos e mães da família, além da possibilidade de aposentadoria aos 63 anos (contra 67) para os trabalhadores com 45 anos de contribuição.
O SPD também conquistou uma de suas principais reivindicações na área social: a possibilidade de conceder a dupla cidadania aos filhos de estrangeiros nascidos na Alemanha.
Do G1