Microcefalia // Secretaria de Saúde diz não haver casos confirmados no município

Em outubro de 2015, a Secretaria de Saúde de Pernambuco foi comunicada por profissionais da rede de saúde estadual de um aumento do número de casos de crianças nascendo com microcefalia.

Foi instituído o Comitê de Operações de Emergências em Saúde (COES) composto por profissionais de diversas instituições para discussão dos casos e planejamento das ações que deveriam ser deflagradas.

O Estado de Pernambuco foi o primeiro a notificar ao Ministério da Saúde e o primeiro a anunciar e iniciar o protocolo de investigação em todo Brasil. Hoje, existe suspeita do problema em outros seis estados da federação.

A partir de 27 de outubro de 2015, a SES-PE instituiu a notificação imediata desses casos, orientando todos os serviços e profissionais de saúde do Estado que notificassem imediatamente os casos de microcefalia identificados por meio do CIEVS-PE.

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Considerando as notificações recebidas por meio da plataforma on line, 141 pacientes foram informados para a SES-PE, até o dia 09.11.15. Esses registros foram provenientes de residentes em 42 municípios de diferentes regiões de Pernambuco, sendo observada uma concentração de casos suspeitos na I e IV Regiões de Saúde, distribuídos nos municípios do Recife (16,9%), Jaboatão dos Guararapes (5,6%) e Olinda (5,6%), localizados na Região Metropolitana do Recife, e no município de Toritama (Agreste) com 5,6% do total de casos do Estado. A maior parte dos nascimentos (55,0%) ocorreu no município do Recife.

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Em Afogados da Ingazeira há 12 casos suspeitos (sem confirmação) da doença. Nos estúdios da Pajeú o secretário de Saúde de Afogados da Ingazeira Artur Belarmino e a diretora da Vigilância de Saúde Madalena Brito, falaram durante entrevista no Debate das Dez, sobre esses casos suspeitos e prestaram esclarecimentos à população a respeito da doença. Ouça abaixo:

Veja abaixo boletim informativo da Secretaria de Saúde de Pernambuco sobre a microcefalia:

Perguntas e respostas – Microcefalia 

-O que é a microcefalia?
A microcefalia não é um agravo novo. Trata-se de uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico (PC) menor que o normal, que habitualmente é superior a 33 cm. 

– Quais as causas desta condição? Esse defeito congênito pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como as substâncias químicas, agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação.

– A microcefalia pode levar a óbito ou deixar sequelas? Cerca de 90% das microcefalias estão associadas com retardo mental, exceto nas de origem familiar, que podem ter o desenvolvimento cognitivo normal. O tipo e o nível de gravidade da sequela vão variar caso a caso. Tratamentos realizados desde os primeiros anos melhoram o desenvolvimento e a qualidade de vida.

– Como é feito o diagnóstico? Após o nascimento do recém-nascido, o primeiro exame físico é rotina nos berçários e deve ser feito em até 24 horas do nascimento. Este período é um dos principais momentos para se realizar busca ativa de possíveis anomalias congênitas. Por isso, é importante que os profissionais de saúde fiquem sensíveis para notificar os casos de microcefalia no registro da doença no Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc).

– Qual o tratamento para a microcefalia? Dependendo do tipo de microcefalia, é possível corrigir a anomalia por meio de cirurgia. Geralmente, as crianças, como já informado, precisam de acompanhamento após o primeiro ano de vida. Nos casos de microcefalia óssea existem tratamentos que propiciam um desenvolvimento normal do cérebro.

– Quais estados estão apontando crescimento de casos de microcefalia acima da média? O Ministério da Saúde está os casos de microcefalia em Pernambuco, estado que tem apresentado aumento de casos da doença, classificado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como situação inusitada em termos de saúde. Temos recebido relatos de profissionais de saúde sobre o mesmo corrido nos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte. Todas essas suspeitas estão sendo investigadas e todos esses locais contam com a atuação de profissionais de saúde do ministério.

– Há registro de ‘surtos’ de microcefalia em outros países? Por enquanto, não há relatos na literatura cientifica e nem casos registrados em outros países da associação do zika vírus com a microcefalia. No entanto, nenhuma hipótese está sendo descartada.

– Que exames estão sendo realizados nas crianças e nas gestantes dos estados (PE, RN e PB) que já notificaram o Ministério da Saúde? A partir dos casos identificados em Pernambuco, como já informado, estão sendo realizadas investigações epidemiológicas de campo, tais como: revisão de prontuários e outros registros de atendimento médico da gestante e do recém-nascido. Também estão sendo feitas entrevistas com as mães por meio de questionário. Os casos seguem para investigação laboratorial e exames de imagem como a tomografia computadorizada de crânio.

– Neste momento, qual é a recomendação do Ministério da Saúde? Neste momento, o Ministério da Saúde reforça às gestantes que não usem medicamentos não prescritos pelos profissionais de saúde e que façam um pré-natal qualificado e todos os exames previstos nesta fase, além de relatarem aos profissionais de saúde qualquer alteração que perceberem durante a gestação. Além disso, é importante que os profissionais de saúde estejam atentos à avaliação cuidadosa do perímetro cerebral e à idade gestacional, assim como à notificação de casos suspeitos de microcefalia no registro de nascimento no Sinasc.

 

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