Motorista diz que não viu caçamba de pé antes de acidente, afirma delegado

Declaração foi dada em depoimento informal, no hospital.

Se confirmada a culpa, Luis Fernando responderá por homicídio culposo.

O motorista da carreta que bateu e derrubou uma passarela na Linha Amarela, na altura de Pilares, Zona Norte do Rio, deixando quatro mortos e cinco feridos na manhã desta terça-feira (28), disse à polícia que não viu a caçamba do veículo levantada. A declaração de Luis Fernando da Costa, 33 anos, que está internado no Hospital Lourenço Jorge, na Barra, Zona Oeste, foi dada em depoimento informal e confirmada pelo delegado Fábio Asty, da 44ª DP (Inhaúma). Se confirmada a culpa, ele responderá por quatro lesões corporais culposas — o quinto ferido é o próprio motorista — e quatro homicídios culposos, quando não há intenção de cometer o crime.
O motorista, com lesões no rim e nas costelas, teve que ficar internado por pelo menos mais um dia. Assim que receber alta, vai prestar depoimento na delegacia.

“Ele explicou de forma lúcida que pegou o caminhão em Água Santa e iria para a Rodoviária Novo Rio buscar entulho. Após a altura de Pilares, ele não percebeu que a caçamba tinha levantado. Vamos ver se aquilo foi feito de forma voluntária ou involuntária. Não vislumbramos o objetivo dele de fazer esse movimento. A perícia vai nos dizer se houve algum problema mecânico. O foco da investigação é esse, de saber se houve um acionamento involuntário”, explicou o delegado, acrescentando que o laudo final ficará pronto em 30 dias.

“Assim que ele for liberado do hospital, o motorista será conduzido à delegacia para depor. Ele disse que passou pela Linha Amarela para cortar caminho. O caminhão estava num bom estado de conservação. Ele teve um defeito na caixa de marchas, tinha ido para revisão e foi entregue anteontem. O Luis Fernando estava nessa empresa, Terra Prometida, há seis meses e dirigia esse caminhão há 2 meses. É um motorista experiente, com a carteira de habilitação D. É possível içar a caçamba com o veículo em movimento, mas isso demanda muita força física. A alavanca fica embaixo do volante”, disse.

A velocidade relatada é 5 km/h acima do limite na pista do canto da Linha Amarela, de 80 km/h. O motorista disse também que tinha conhecimento que não era permitido trafegar na via nesse horário.

Além do motorista, serão intimados a depor os responsáveis pela empresa e os responsáveis pela Linha Amarela para saber se eles permitiam que o motorista trafegasse na via em horário proibido. O delegado também afirmou que irá verificar se o caminhão fazia serviço para a Prefeitura do Rio.

Imagens da concessionária Lamsa, que administra a via, mostram a carreta com a caçamba abaixada quando entra na via. Segundo despois, ela começa a ser erguida. O vídeo foi gravado pelas câmeras de segurança da concessionária e flagra o momento do choque.

O veículo derrubou uma passarela e fechou a via expressa em ambos os sentidos na manhã desta terça. A colisão ocorreu entre 9h e 9h30, segundo funcionários da concessionária. A reabertura no sentido Barra foi às 16h40. A previsão é de que o sentido Cidade Universitária reabra às 18h30.

Mortos e feridos
A corporação identificou os mortos no acidente como Adriano Fontes de Oliveira, 26 anos, Célia Maria, 64, Renato Soares, 62 anos, e Alexandre Almeida, que ainda não teve a idade divulgada. Célia e Adriano estavam atravessando a passarela que liga duas comunidades às margens da via expressa, no momento do impacto.

Os feridos são Glaucia Andrade, 56 anos, Jairo Z., 44 anos, Luiz Carlos Guimarães, 60 anos, e Liliane de Souza Rangel, 33 anos, além do motorista da carreta.

Do G1

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