Na Pajeú, monsenhor João Carlos faz uma reflexão sobre o papel das famílias

Por André Luis

Na manhã desta terça-feira (6), o vigário geral da Diocese de Afogados da Ingazeira e pároco de Flores, monsenhor João Carlos Acioly Paz, padre João como é chamado, participou do Debate das Dez da Rádio Pajeú. Padre João fez uma reflexão sobre o papel da família e os principais problemas enfrentados nos dias atuais.

Monsenhor citou uma fala do papa Francisco sobre os elementos necessários e importantes na vida familiar, ele disse que o papa falou que na vida patrimonial deve existir alguns elementos tais como: ‘paciência, humildade, serviço, amabilidade, desprendimento e perdão’. (Papa Francisco).

“Veja que olhando por este ângulo, além das palavras comprometedoras, é o momento também de refletirmos agora, quais são os desafios que as nossas famílias enfrentam”, disse padre João.

Padre João disse ainda que com a sua experiência auditiva e de convivência com a comunidade, percebe de forma muita clara que o que dificulta a vida familiar é a falta da prática religiosa.

“Nós percebemos de forma muita clara o que é que dificulta muito a vida familiar, vejo que o elemento fundamental que está em crise chama-se o exercício, a prática de uma vida religiosa, nos vivemos num mundo muito laicizado, onde a moda, a festa, o consumismo tomam conta da própria família e os elementos que devem sustentar a família, estes são colocados em segundo plano, vejo outrora que havia uma preocupação muito grande das famílias em levar os filhos à igreja, de participarem da vida da igreja, quando eu falo igreja, não é só da igreja católica e sim do segmento religioso”, disse.

Padre João disse ainda que a crise familiar passa por todos os segmentos da sociedade. “A crise é institucional, permeia a sociedade toda, em todos os segmentos existe um traço da crise, seja na educação, política, família… e a família é afetada por tudo isso”, disse.

Monsenhor chamou a atenção para segmentos que tem o intuito de destruir as famílias e disse que a mídia joga dos dois lados, “tanto contribui em alguns programas em alguns setores para a manutenção e equilíbrio da família, como também traz programas e meios que tentam destruir a família e tentam colocar outros elementos que dificultam o relacionamento familiar, então essa prática de uma vivência religiosa na família, atrapalha os seus planos”.

Padre João destacou ainda que não é pelo fato de se ter uma prática religiosa que as pessoas não terão problemas, nem desafios e que, “nós testemunhamos a fé para superarmos os problemas e para termos a capacidade de administra-los”.

Criticando o consumismo e as prioridades das famílias nos dia atuais, monsenhor João Carlos deu como exemplo: “você se preocupa com a fantasia dos filhos, mesmo no tempo da crise, mas se preocupa com a fé deles? O seu domingo é do futebol, da cachaça, da bebida, de tudo, menos do dia do Senhor, como é o significado verdadeiro? Quantos espaços a família tem priorizado para que como família tem se preocupado com o horário da missa dominical? Questionou.

Padre João também disse que para práticas religiosas as pessoas costumar arrumar muitas desculpas, “as pernas doem, a dor de cabeça chega, a labirintite aumenta, a preguiça aumenta também. Agora bote uma banda de frevo aí na frente pra ver se tem algum desses sintomas”, alfinetou monsenhor, que completou: “então nós vivemos num mundo onde a sociedade vive alienada em torno desses elementos e aí, atribuem a quem tudo isso?”

Monsenhor João Carlos também alertou aos pais que acham que a escola tem a obrigação de educar os filhos. “Querem que a escola seja capaz de suprir as necessidades familiares, isso é impossível, escola não tem condição nenhuma de formar a pessoa em sua totalidade, a pessoa começa a ser formada na família, se a família é desestruturada, infelizmente, com algumas exceções é claro, vamos ter pessoas desestruturadas”, alertou padre João.

Ouça ao debate na íntegra:

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