Náutico vence de virada na Curuzu e aumenta crise no Paysandu
A noite foi de gols relâmpagos, lances bonitos e protestos no Estádio da Curuzu. Em mais uma apresentação apática, o Paysandu perdeu em casa para o Náutico por 3 a 1 e sentiu de perto a ira da torcida bicolor, insatisfeita com o momento do clube na Série B do Brasileiro. O técnico Dado Cavalcanti foi chamado de “burro”, o presidente Alberto Maia “mandado para longe”, e o Timbu, que nada tem a ver com isso, deixa Belém com mais três pontos, um lugar no G-4 e o sentimento que de poderia ter feito ainda mais em sua primeira vitória fora de casa.
Não deu nem para respirar. O Paysandu abriu o placar com pouco mais de 40 segundos de jogo, em cobrança de bola parada. A bola venenosa alçada por Celsinho não foi segurada pelo goleiro do Timbu, Júlio César, e Lucas aproveitou no rebote: 1 a 0 Papão. O volante, que jogou novamente improvisado na lateral-esquerda, chegou ao seu 5º gol e é o vice-artilheiro da Série B.
Apesar do começo arrasador, o Paysandu não conseguiu tomar as rédeas do jogo. Era o Náutico quem partia para cima, ganhava o duelo no meio de campo e levava trabalho ao gol defendido por Marcão. Aos 6, um buraco na defesa do Papão deixou Taiberson cara a cara com camisa 12 bicolor, mas o atacante quis enfeitar e desperdiçou. O clube visitante continuou pressionando, principalmente pelo setor esquerdo, e conseguiu o empate aos 25, com Maylson, depois de bela troca de passes na área bicolor: 1 a 1.
A igualdade no placar equilibrou a partida. O Paysandu começou a conseguir se manter mais tempo com a bola, mas ainda mostrava muita insegurança defensiva. O Náutico explorava os contra-ataques e quase virou aos 43, com uma bomba de Mateus Müller defendida por Marcão e pela trave.
Novamente um gol relâmpago. A falha agora foi da defesa do Paysandu. Logo após a saída de bola no círculo central, a defesa do Timbu lançou na área do Papão, o zagueiro Domingues protegeu mal a bola e Jeferson Nem conseguiu tocar por cima de Marcão com apenas 16 segundos de jogo. Foi a virada do Náutico em Belém: 2 a 1.
Dado Cavalcanti mudou a postura tática do Paysandu. Tirou Celsinho e Rafael Costa e colocou Raphael Luz e Jhonnatan. A ideia era dar mais velocidade e consistência ao setor de meio campo. Do outro lado, Gallo também mudou. Saiu o amarelado Mateus Muller, muito acionado, para a entrada de Eurico, descansado e sem cartão.
A situação do time paraense piorou aos 16. O volante Ricardo Capanema recebeu dois cartões seguidos por reclamação e foi expulso de campo. A resposta de Dado foi ousada: tirou o estreante meia Hiltinho – que deixou o campo vaiado – para a entrada do atacante Betinho. Foi xingado de “burro” pela torcida. O Náutico, que nada tinha a ver com a crise alviceleste, ampliou aos 23. Jeferson Nem deixou Edson Ratinho na saudade e bateu colocado no canto direito. Marcão só olhou a bola entrar: 3 a 1.
Com o resultado, o clube do Recife chega a 13 pontos e ocupa o quarto lugar na tabela da Série B. Já são quatro jogos sem perder. Na próxima rodada, encara no sábado o Paraná, na Arena Pernambuco. Do outro lado, o Paysandu estaciona nos 5 pontos e cai para a 17ª posição, sendo o primeiro time na zona de rebaixamento. O próximo jogo do Papão será também no sábado, contra o Bragantino, no Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista.