No Maranhão, postos não vão vender combustíveis em recipientes
Objetivo da decisão é dificultar acesso aos líquidos inflamáveis.
No caso de suspeitas, a orientação dos frentistas é chamar a polícia.
A venda de combustíveis em qualquer tipo de vasilhame ou recipiente está suspensa em todo o Maranhão. Com a determinação, só será comercializado o combustível que for abastecer diretamente os veículos dentro dos postos. O Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Maranhão determinou a suspensão. A decisão foi motivada pela onda de ataques registrada nos últimos dias e o objetivo é dificultar o acesso aos líquidos inflamáveis.
A suspensão foi informada ao Comando da Polícia Militar, em São Luís, na noite desta segunda-feira (6), durante reunião do presidente do sindicato, Orlando Santos, com o comandante do Policiamento Metropolitano, coronel Alves, e o secretário-adjunto de Segurança Pública, Antonio Roberto.
“Assim que tomamos a decisão de suspender a venda em vasilhames entramos em contato com todos os revendedores para informar a medida, que é preventiva”, afirmou Santos.
A determinação será mantida por tempo indeterminado. No incêndio a um ônibus na Vila Sarney Filho os criminosos utilizaram gasolina para iniciar o fogo.
Ataques
Após operação da Tropa de Choque no Complexo Penitenciário de Pedrinhas no Maranhão, quatro ônibus foram incendiados e uma delegacia foi alvo de tiros em São Luís na noite de sexta-feira (3). O secretário de Segurança Pública, Aluísio Mendes, disse que os ataques foram ordenados por detentos do presídio.
Na quinta (2), dois presos foram encontrados mortos em Pedrinhas. Em 2013, de acordo com o relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) entregue em 27 de dezembro, 60 detentos morreram nos presídios do Maranhão.
Nos ataques de sexta, quatro ônibus foram incendiados na Vila Sarney, na Avenida Kennedy, no bairro João Paulo e na Avenida Ferreira Gullar. Além disso, duas delegacias foram alvo de tiros em São Luís, no São Francisco e na Liberdade.
“Eles entraram no ônibus e jogaram gasolina nas crianças que estavam próximas deles e atearam fogo”, contou Maria da Conceição Nunes, parente de uma das vítimas do incêndio aos ônibus.
Cinco pessoas ficaram feridas por conta dos ataques a ônibus na Vila Sarney Filho. A menina Ana Clara, de 6 anos, não resistiu às queimaduras que sofreu e morreu na manhã de segunda-feira (6). Ela teve mais de 90% do corpo queimado no ataque. Entre domingo (5) e segunda-feira, 16 pessoas foram presas por suspeita de participação nos ataques.
Segundo o médico Cláudio Araújo, a causa da morte de Ana Clara foi insuficiência renal e choque hipotensivo, refratário a drogas e líquidos. “O tecido não respondia. A droga não chegava a esses tecidos, dificultando o tratamento. Isso devido à gravidade, ao grau de lesão do acidente”, explicou.
Do G1