Novo protesto na Zona Oeste do Rio termina com um morto e um ferido
Manifestantes tentaram incendiar restaurante.
Região da Praça Seca vive em constante tensão desde 2013.
Protestos na região da Praça Seca, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, na madrugada desta quarta-feira (12), terminaram com uma pessoa e outra ferida a tiros, socorrida para o Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes. Segundo a polícia, as vítimas teriam envolvimento com o tráfico de drogas.
Na noite de terça-feira (11), um ônibus foi incendiado na Estrada do Mato Alto, no Tanque. Durante o protesto, imagens feitas por um cinegrafista amador mostraram a tentativa de um grupo de colocar fogo em um restaurante desativado, na Rua Cândido Benício, na Praça Seca, Zona Oeste do Rio, na noite desta terça-feira (11). Como mostrou o Bom Dia Rio, a polícia foi acionada, mas não houve prisões. Uma testemunha fez ainda um vídeo e disse que no meio da confusão um grupo tentou roubar um fuzil de um PM e houve tiros.
Segundo informações da Rio Ônibus, que representa as 43 empresas que operam no Rio, houve ainda uma tentativa de incendiar outro ônibus durante a madrugada desta quarta, na região da Praça Seca. Até as 7h, as empresas que operação nas proximidades da Rua Cândido Benício chegaram a interromper a circulação de coletivos, para evitar possíveis depredações.
Tumulto em estação
Protestos na região começaram na madrugada de terça-feira no local onde está sendo construída uma estação do BRT Transcarioca. Um ônibus e uma retroescavadeira foram incendiados; ninguém ficou ferido. Um banheiro químico foi arrastado e incendiado. Policiais do Batalhão de Choque usaram bombas de gás e de efeito moral. Duas pessoas foram detidas.
A manifestação bloqueou os dois sentidos da Avenida Cândido Benício.O protesto era contra a morte de dois jovens da Comunidade Bateau Mouche. Segundo moradores, Alan de Souza Pereira e Gleberson Nascimento Alves foram baleados por policiais militares em Rocha Miranda, no Subúrbio.
De acordo com a polícia, os PMs foram recebidos a tiros ao abordar quatro jovens que estavam em duas motos. Depois disso teria começado um confronto que terminou com a morte dos dois rapazes, mas essa versão é negada por parentes das vítimas.
“Esses meninos foram em Acari comprar peça de moto. Na volta os policiais perseguiram eles achando que essa peça de moto que estavam na mão era um fuzil e não era. Eles com medo, os policiais correram atrás deles, eles aceleraram com a moto. Nisso os policiais atiraram, eles pararam. Quando pararam os policiais vieram de frente e deram tiro na cabeça deles”.
A polícia diz que apreendeu uma arma que estava com os jovens e recuperou com eles um cordão de prata e dinheiro que seriam roubados. A família afirma que o cordão – que aparece em uma foto com Alan, um dos mortos, era dele.
Segundo a polícia, já foi feita uma perícia no lugar onde os jovens foram mortos. As armas usadas pelos policiais e uma outra encontrada no local do crime foram apreendidas e encaminhadas para um exame de balística. Os PMs envolvidos no confronto prestaram depoimento e testemunhas também estão sendo chamadas para serem ouvidas. Ainda de acordo com a polícia, os dois jovens mortos não tinham antecedentes criminais.
A região da Praça Seca vive em constante tensão desde 2013 por causa da disputa de pontos de venda de droga por quadrilhas rivais. Uma companhia destacada da PM foi instalada no local em janeiro para tentar conter a violencia, mas os crimes e tiroteios na região continuam.
Do G1