Número baixo do efetivo do 23º BPM impede rondas ostensivas na região
Na última quinta-feira (03), o então governador Eduardo Campos em um dos últimos atos antes de renunciar ao cargo para se candidatar a Presidência da República, assinou autorização para que o efetivo do 23º BPM recebesse o reforço de 29 homens, recém-contratados via concurso, que são naturais do Pajeú e estavam atuando em unidades do Recife e Região Metropolitana.
Esta é uma reivindicação antiga, do Ministério Público, prefeitos da região e entidades civis.
No Debate das Dez de hoje (07), o promotor de justiça Lúcio Luiz de Almeida Neto e o capitão Ivaldo do 23º BPM, falaram sobre a segurança da região do Pajeú com a chegada dos vinte e nove novos policiais militares. Para onde irão, que cidades da região estão mais necessitadas e quais são as perspectivas de melhora na segurança da região com o reforço, foram debatidos e esclarecidos à população.
Capitão Ivaldo informou que hoje o contingente do 23º BPM conta com 285 policiais sendo que desses apenas 215 atuam nas ruas o que esta longe do efetivo previsto para o ano de 2014, previsão esta que vem diminuindo ano após ano. Veja quadro:
Previsão de efetivo |
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Ano | Quantidade |
2007 | 607 |
2010 | 575 |
2013 | 503 |
2014 | 467 |
Ivaldo também disse que as articulações conjuntas entre MP prefeitos e sociedades civis foram de suma importância para se conseguir esse reforço.
Porém, capitão Ivaldo informou que mesmo com o reforço dos vinte e nove policiais ainda não será possível a realização de rondas ostensivas, já que esse número ainda é abaixo das perdas que o Batalhão sofreu com policiais que deram baixa e se aposentaram. A quantidade do efetivo também foi usada por Ivaldo para justificar a demora no atendimento por parte da policia em resposta ao questionamento de um ouvinte.
“O sonho de todo gestor de segurança pública é ter efetivo para se trabalhar podendo assim cobrir todas as áreas”, disse Ivaldo.
Dr. Lúcio disse que está muito satisfeito com o atendimento da reivindicação por parte do Governo do Estado e que isso só foi possível perante a participação dos prefeitos, do MP e das sociedades civis, que juntos trabalharam em prol da região.
Dr. Lúcio também deixou claro que o documento que foi entregue à Eduardo Campos, durante a visita do mesmo a Afogados da Ingazeira, não continha apenas reivindicações para o aumento do contingente da Policia Militar e que esse era o ponto central, mas não o único.
Por diversas vezes Dr. Lúcio fez questão de afirmar que há uma devasagem enorme no contingente do 23º BPM e que desde que o Batalhão foi criado nunca teve a quantidade necessária de policiais.
“Esse debate a gente tem que travar. A gente tem uma argumentação lógica e coerente, é uma luta justa. Não podemos ter medo de desagradar ninguém”, disse Dr. Lúcio se referindo ao fato de por diversas vezes mencionar que Salgueiro tem um excesso de contingente.
Em relação a ter as outras solicitações do documento atendidas, Dr. Lúcio disse estar confiante, já que o governo atual é de continuidade e deve pautar linhas que vem dando certo.
Dr. Lúcio disse que o atual governador João Lyra, se mostrou muito solícito e aberto ao diálogo e que em breve irá recebê-lo para debater as outras questões pautadas no documento.
Ouça abaixo o Debate na íntegra: