OAB suspende registro de advogado procurado por golpe milionário no RS
Entidade classificou conduta de Maurício Dal Agnol como ‘gravíssima’.
Segundo PF, mais de 30 mil clientes foram lesados em R$ 100 milhões.
Grupo não repassava valor de ações a clientes
A Operação Carmelina foi desencadeada na manhã desta sexta-feira em Passo Fundox, no Norte, e em Bento Gonçalvesx, na Serra, a partir de uma investigação que comprovou o desvio de pelo menos R$ 1,6 milhão de 27 pessoas. Os valores da fraude, de acordo com a PF, podem ultrapassar os R$ 100 milhões, e o número de pessoas lesadas pode ser de até 30 mil.
Durante o cumprimento dos mandados de busca em uma dos endereços de Dal Agnol, a Polícia Federal encontrou R$ 1,5 milhão em dinheiro, munição e até animais selvagens empalhados. O material foi achado em um fundo falso da parede da casa de Dal Agnol.
Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em escritórios de advocacia e de contabilidade e em uma residência. A investigação aponta que o grupo captava clientes e entrava com processos contra empresas de telefonia para reivindicar valores referentes à propriedade de linhas telefônicas fixas. As ações eram julgadas procedentes, mas o valor recebido não era repassado aos clientes ou era pago em quantia muito menor da que havia sido estipulada na ação.
O empresário teve seu nome incluído entre os procurados no site da Interpol nesta sexta. Ele teve o mandado de prisão preventiva concedido, mas não foi encontrado porque está nos Estados Unidos, segundo a polícia. Nesta sexta, a PF apreendeu um avião avaliado em cerca de US$ 8,5 milhões, bloqueou dinheiro em contas bancárias e imóveis.
Para um dos responsáveis pela investigação, o advogado acumulou de uma das maiores fortunas do Rio Grande do Sul a partir do golpe. “O que mais nos chamou atenção é que muitas vítimas eram pessoas humildes. pessoas idosas que precisavam desse dinheiro até para sua manutenção. E o patrimônio desse sujeito é extremamente elevado.
Hoje ele é dono de uma das grandes fortunas do estado”, detalhou delegado Mauro Vinicius Soares de Moraes.
A operação foi batizada de Carmelina porque este era o nome de uma mulher que teve cerca de R$ 100 mil desviados no golpe. Segundo a PF, ela morreu de câncer, e poderia ter custeado um tratamento se tivesse recebido o valor da maneira adequada.