Obama pressiona Rússia para passar resolução da ONU sobre Homs
Texto da resolução é ‘inaceitável’ e dá ultimato a Assad, diz chanceler russo.
EUA querem mais pressão sobre regime para entrega das armas químicas.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, advertiu nesta terça-feira (11) que a Rússia será acusada de impedir a entrega de ajuda a civis sírios, caso bloqueie um projeto de resolução da ONU para suspender o cerco à cidade de Homs.
Obama também aumentou a pressão sobre o Kremlin em relação às preocupações americanas sobre o ritmo com que o governo sírio vem cumprindo sua parte no acordo de entregar suas armas químicas para que sejam destruídas.
O presidente americano se referiu a um projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU para permitir a entrega de alimentos, barracas, medicamentos e água em Homs e em outras cidades, nas quais milhares de civis se encontram no meio dos combates.
“Há uma grande unanimidade entre a maioria dos membros do Conselho de Segurança com relação a essa resolução”, disse Obama.
O presidente declarou ainda que o secretário de Estado americano, John Kerry, já manifestou à Rússia que “não podem dizer que estão preocupados com o bem-estar do povo sírio quando há civis famintos”.
“Não são apenas os sírios os responsáveis – os russos também, se bloquearem esse tipo de resolução”, afirmou Obama, na entrevista coletiva ao lado do presidente da França, François Hollande.
O chanceler russo, Serguei Lavrov, alega que o texto da resolução é “absolutamente inaceitável”, porque inclui um ultimato ao governo sírio.
O projeto de resolução não estabelece um cronograma de sanções automáticas. Se as demandas não forem implementadas em 15 dias, porém, o Conselho de Segurança pode votar por sanções contra aqueles que bloqueiam a entrega de ajuda humanitária.
Na mesma entrevista coletiva, Obama também alertou a Rússia sobre o descumprimento do acordo de armas químicas alcançado para evitar ataques dos EUA à Síria em 2013.
“A Síria deve cumprir seus compromissos, e a Rússia tem a responsabilidade de que a Síria os cumpra”, insistiu Obama.
Da AFP