Papa dispensa o uso de carro blindado em viagem ao Oriente Médio
Pontífice vai visitar Jordânia, Palestina e Israel de 24 a 26 de maio.
Ele terá a companhia de um rabino e um líder islâmico, segundo o Vaticano.
O papa Francisco dispensou o uso de veículos à prova de balas durante a viagem que fará ao Oriente Médio neste mês, insistindo em usar um carro normal e ter a possibilidade de ficar o mais próximo possível das pessoas, informou o Vaticano nesta quinta-feira (15).
Segundo informações do Vaticano, um rabino e um líder islâmico vão acompanhar o papa Francisco em sua viagem ao Oriente Médio, em uma demonstração da importância que ele atribui ao diálogo interreligioso.
O pontífice vai visitar a Jordânia, os Territórios Palestinos e Israel durante a viagem de 24 a 26 maio, a sua primeira visita como papa à região.
“O papa quer um papamóvel aberto e um carro normal. A autoridade de segurança local levou o desejo do papa em consideração”, disse o porta-voz, padre Federico Lombardi.
“Eu não acho que houve muita discussão sobre isso”, disse ele, insinuando que as autoridades locais do setor de segurança haviam sugerido o uso de veículos à prova de balas, mas foram desautorizadas.
Antecessores do papa Francisco foram conduzidos em limusines à prova de balas em suas viagens em torno de Roma ou no exterior. Os chefes de Estado que visitam o Oriente Médio tendem a usar carros blindados.
Carros comuns
O papa Francisco usa um carro Ford Focus azul em Roma, e durante sua viagem ao Brasil, em julho passado, ele foi conduzido pelo Rio de Janeiro em um pequeno Fiat prata, a seu pedido.
Em algumas ocasiões durante a viagem no Brasil, a polícia não conseguiu controlar a multidão que cercou o carro. Lombardi disse que não espera cenas semelhantes no Oriente Médio porque os católicos são uma minoria lá.
Lombardi também disse que o Vaticano não estava muito preocupado com as ameaças aos cristãos escritas por supostos extremistas judeus em propriedades da Igreja na Terra Santa.
Na segunda-feira (12), a inscrição “Morte aos árabes e cristãos e todos os que odeiam Israel” foi pichada em hebraico, em uma coluna externa dos escritórios da Assembleia dos Bispos, no Centro Nossa Senhora, em Jerusalém Oriental.
O papa Francisco deve se reunir com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, no Centro Nossa Senhora, situado fora das muralhas da Cidade Velha, no último dia de sua viagem.
O jornal israelense Haaretz informou que o serviço de segurança do país teme que os radicais judeus possam realizar um grande ataque contra a população cristã ou instituições para conseguir a atenção da mídia durante a peregrinação do Papa.
Mas Lombardi disse que não estava ciente de quaisquer preocupações específicas da segurança para qualquer parte da viagem.