Para Marina Silva, ‘entulho da velha política’ atrapalha o Brasil

Ela discursou no lançamento das diretrizes do programa do PSB-Rede.
‘Se Campos ganhar, quem ganhará é o povo brasileiro’, disse Marina.

A ex-senadora Marina Silva (PSB-AC) afirmou nesta terça-feira (4), durante evento de lançamento das diretrizes do programa de governo da aliança PSB-Rede, que é preciso superar o “entulho da velha política” e passar a discutir ideias e propostas com o povo brasileiro. A ex-ministra do Meio Ambiente apresentou as propostas na Câmara dos Deputados ao lado do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos.

“O entulho da velha política está atrapalhando o Brasil porque não se discute propostas, não se discute ideias, se discute o que fazer para aumentar o tempo de televisão, o que fazer para aumentar o palanque”, criticou a possível candidata a vice na chapa do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, na disputa presidencial de outubro.

Para Marina Silva, “se Eduardo ganhar [a disputa eleitoral], quem ganhará é o povo brasileiro.” A ex-senadora afirmou ainda que trabalhará intensamente para eleger Campos. “Eu não sou muito boa para ganhar voto para mim mesma, mas eu sou muito boa para pedir voto para outras pessoas”, disse, sendo muito aplaudida pela plateia.

Marina Silva afirmou ainda ser possível “reconstruir aquilo que está mofando na política”. Antes do discurso da ex-senadora, um poeta resumiu as diretrizes do programa do PSB em verso e prosa. Em seguida, um tocador de pandeiro fez uma apresentação.

“Ver nossas políticas serem cantadas em verso e prosa é demonstração que algo novo e vivo está surgindo”, disse a ex-senadora após as apresentações. Marina Silva afirmou que a aliança entre PSB e Rede Sustentabilidade “não é baseada na estrutura, tempo de televisão, marketing, mas em cima de um programa”.

“[Temos como] eixo de sustentação a ideia de que precisamos ampliar as conquistas, mas, ao mesmo tempo, sem ter uma atitude de complacência com os erros que estão sendo praticados repetidamente”, afirmou.

Na plateia estavam possíveis candidatos a diversos cargos nas eleições de outubro, como a ex-corregedora-geral de Justiça, ministra Eliana Calmon, que deve concorrer ao Senado.

Participação popular
Para a ex-senadora, que deve concorrer à vice-presidência na chapa de Campos, a “política está insustentável da forma como está sendo operada”. “Cada vez mais a população quer melhorar a qualidade da sua representação. Cada vez mais as pessoas querem ampliar sua participação, porque está surgindo no Brasil um novo sujeito político”.

A senadora reforçou também sua plataforma principal de atuação política, a proteção ambiental, e defendeu o surgimento de “um modelo de desenvolvimento capaz de assegurar vida digna, justiça social, mas, ao mesmo tempo, preservar as bases naturais desse desenvolvimento”.

‘Presidente’
Eduardo Campos entrou no auditório  onde houve o ato político aos gritos da palavra de ordem: “Brasil, para frente, Eduardo presidente”. Marina Silva sentou-se ao lado do governador e foi aplaudida de pé ao chegar ao auditório da Câmara.

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