Paulo Câmara segurou decisão sobre alta de impostos esperando Dilma
A Assembleia Legislativa (Alepe) é generosa com o governo Paulo Câmara (PSB), diferente do arredio Congresso diante da presidente Dilma Rousseff (PT). É por isso que a oposição sabe, o “pacote de maldades” de Paulo Câmara será aprovado. A questão, no entanto, é que apesar de ter um perfil auster, o governador não é Fernando Haddad (PT), prefeito de São Paulo que torrou a própria popularidade para implantar ciclofaixas. Antes de subir impostos por necessidade, Paulo Câmara fez o cálculo: esperou o limite do prazo para a alta valer em 1º de janeiro de 2016, enquanto a falta de dinheiro provocava até falta de merenda em escolas.
Sim, a crise é nacional, gerada por erros da presidente Dilma Rousseff (PT). Mas não se pode esquecer, o Estado acumula forte aumento de gastos de custeio e da folha de pagamentos.
De qualquer forma, o fato é: o dinheiro acabou e o Estado precisa se manter. Por isso, quando Dilma cogitou ressuscitar a CPMF, Paulo Câmara foi contra, mas torcia era pela divisão da alíquota de 0,38% para a saúde de Estados e municípios. Dilma mudou de ideia, a proposta da CPMF caiu para 0,20% e agora ela vai para a Previdência federal. Veio o sinal vermelho para ele.
Também é verdade que a indefinição de Dilma deixa todo mundo de cabelo em pé. Mas Paulo Câmara esperou os 45 do segundo tempo. A Constituição só permite que aumentos vigorem a partir de 1º de janeiro se as mudanças legais ocorrerem até o final deste mês. Então o governador enviou o pacote de projetos de lei à Alepe em regime de urgência. Porque foi ao limite do prazo.
Do blog Pinga Fogo / JC Online