Peritos investigam queimaduras em corpo de PM que morreu em hospital

José Camilo Rodrigues estava internado em unidade de saúde do Recife.
Família diz que médico não soube explicar como queimaduras surgiram.

O Instituto de Criminalística (IC) e o Instituto Médico Legal (IML) de Pernambuco trabalham para esclarecer a morte do policial militar reformado José Camilo Rodrigues, 74 anos, ocorrida na quarta-feira (30), no Hospital da Polícia Militar, no Recife. Internado desde o começo de fevereiro por causa de um câncer de pulmão, o corpo dele apareceu queimado no necrotério da unidade de saúde.

A família conta que veio de Vitória de Santo Antão, na Mata Sul pernambucana, na tarde de quarta, e foi comunicada por médicos do hospital sobre a morte de José Camilo. Quando retornaram à unidade de saúde com a equipe da casa funerária que prepararia o corpo para o velório, foram informados que o corpo havia pegado fogo.

“O major falou de uma coisa extraordinária, que eles não sabiam explicar como tinha acontecido”, contou Josenaide Rodrigues, filha do PM reformado.

Heldo Souza, perito do IC, fez uma análise preliminar do cadáver. “O corpo ainda estava sobre a pedra do necrotério, com marcas de queimadura no rosto e tórax. O lençol tinha alguns pedaços queimados também. Estamos trabalhando com todas as hipóteses, mas o que parece mais, no momento, é que o fogo tenha vindo de fora.

Combustão espontânea, que é quando um corpo queima sozinho por resultado de algum processo químico, é uma hipótese raríssima”, explicou.

O laudo final ainda depende dos exames que o IML vai fazer no corpo da vítima. Amostras de pele vão ser analisadas para verificar a presença de algum elemento inflamável, o que comprovaria a tese de um agente externo ter realmente incendiado o cadáver.

A Polícia Militar informou que vai instaurar inqúerito, a partir de sexta-feira (02), para apurar o caso. Em nota, a corporação explica que, após serem informados por populares que havia fumaça saindo do necrotério, PMs que estavam no hospital verificaram que “o lençol que cobria o corpo estava queimado, provocando lesões no mesmo. Não foram detectados danos no circuito elétrico do local e nem havia velas acesas ou outros acessórios que pudessem provocar fogo no lençol ou no corpo. A mesa onde o corpo estava encontrava-se isolada de contato de qualquer objeto que pudesse provocar a queima do lençol”.

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