Pernambucana permanece presa nos EUA; nova audiência marcada para quarta

Aconteceu nesta quinta-feira (23) a primeira audiência sobre o caso da pernambucana Karla Janine Albuquerque, 43 anos, que está presa no Texas, Estados Unidos, acusada de sequestrar a filha de seis anos. A irmã dela, Karine Santos, esteve presente na audiência e afirmou que o juiz ainda não tomou nenhuma decisão. Discute-se, no entanto, a possibilidade de que a guarda da menina, Amy, seja concedida temporariamente a um casal de amigos da mãe, norte-americanos e moradores do Texas. Karla permanece presa, e uma próxima audiência foi marcada para a próxima quarta-feira (29).

Essa primeira audiência concentrou-se no caso de Amy, que está sob a guarda da Justiça texana no DCF, departamento similar ao Conselho Tutelar no Brasil. A reportagem do NE10 entrou em contato com a advogada americana contratada para defender Karla, Lourdes Costilla, mas ela não quis dar detalhes para não prejudicar o caso. Costilla afirmou apenas que esse primeiro encontro durou cerca de 15 minutos e serviu para exposição dos argumentos iniciais. Segundo Karine, o objetivo da advogada é levar o processo da Flórida para o Texas, onde acredita que a mãe tem mais chances. Por isso, ela, que mora na Flórida, não está pedindo a guarda da criança.

Amy deve permanecer no abrigo pelo menos até a próxima audiência. Nesse período, estão previstas visitas técnicas à residência do casal de amigos que se dispôs a receber a menina, para averiguar se eles têm condições de ficar com ela. O casal de educadores acolheu Karla e Amy quando elas chegaram ao Estado americano, fugidas da Flórida.

A menina esteve presente na audiência, assim como o pai dela, Patrick Joseph Galvin. De acordo com os familiares de Karla, o advogado de Patrick chegou a agredi-la verbalmente, o que levou a uma interferência por parte dos policiais presentes. Karine, irmã de Karla, afirmou ainda que Amy chegou a falar com o pai no final da audiência, dizendo que se lembrava do que ele havia feito com ela.

“O direito americano é muito diferente do nosso”, observa Kátia Sarmento, mãe de Karla, que acompanha a situação desde o Brasil. “São sempre muitas audiências próximas uma da outra, é extremamente desgastante. Karla já participou de infinitas audiências desde a época em que denunciou Patrick à justiça”, completa.

O CASO – Segundo os familiares de Karla, ela fugiu de casa, na Flórida, após sofrer agressão física por parte do ex-marido, que é americano, e constatar que a criança havia sido violentada pelo próprio pai, quando tinha apenas três anos de idade. A menina relatou o caso na escola, e exames constataram o abuso sexual. Patrick também está fichado no Departamento de Polícia da Flórida como “sex offender”. O termo define alguém que comete ou estimula atos sexuais com ou na presença de menores de 16 anos. Karla denunciou o ex-marido à Justiça. O processo foi arquivado e por isso ela teria fugido com a filha para o Texas.

DOAÇÕES – Os familiares de Karla criaram uma campanha para arrecadar recursos para as custas processuais. Contribuições podem ser feitas no sitehttp://igg.me/p/653510, ou por meio de depósito na conta da mãe de Karla, Kátia Sarmento Martins de Albuquerque. (Banco Bradesco, agência 3201-8 / CC 0174551-4). Página no Facebook: Welovekarlamy.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *