Petrobras perde R$ 24 bilhões em valor de mercado, diz consultoria
Ações ordinárias da empresa caíram mais de 10% nesta segunda.
Valor de mercado da estatal terminou o dia em R$ 219,5 bilhões.
A queda de mais de 10% nas ações da Petrobras, ocorrida nesta segunda-feira (2), levou a uma perda de R$ 24 bilhões no valor de mercado da empresa, segundo a consultoria Economatica. O montante, que era de R$ 243,46 bilhões na última sexta-feira (29), passou para R$ 219,46 bilhões nesta segunda, de acordo com a consultoria.
O recuo nas ações, que foi o maior em cinco anos, segundo Economatica, ocorreu porque os investidores ficaram frustados com a falta de uma política transparente de reajuste de preços dos combustíveis pela companhia.
Na sexta-feira, a Petrobras anunciou elevação média do preço da gasolina nas refinarias no país em 4% e do diesel em 8%, em um momento em que sofre com um caixa apertado e alto endividamento. A medida vinha sendo buscada pela diretoria da Petrobras para reduzir a diferença entre o preço pago pelo combustível no exterior e o valor vendido no país. E já faz parte da metodologia de preços aprovada na última sexta.
No entanto, diferente do que esperava o mercado, a empresa disse que “por razões comerciais, os parâmetros da metodologia de precificação serão estritamente internos à companhia”.
Nesta segunda, as ações preferenciais, sem direito a voto, da Petrobras perderam 9,20% nesta segunda e as ordinárias, que dão direito a voto, desvalorizaram 10,37%. Desde novembro de 2008, quando caíram mais de 13%, os papéis da estatal não tinham queda tão acentuada, segundo a Economatica.
As ações da Petrobras ajudaram a puxar a Bovespa para a mentor cotação em cinco anos. A bolsa terminou o dia com queda de 2,36%, para 51.244 pontos, a menor cotação desde agosto deste ano.
Reajustes automáticos
Em outubro, a estatal anunciou que uma metodologia de reajustes automáticos havia sido aprovada pela diretoria, com a introdução de uma fórmula de precificação do diesel e da gasolina que desse maior previsibilidade à geração de caixa e redução dos índices de alavancagem da Petrobras.
“O que estamos prevendo é que a nova política contemple a nossa previsibilidade e permita a implantação do plano de negócios que temos”, afirmou em outubro o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, referindo-se aos investimentos de US$ 236,7 bilhões previstos de 2013 a 2017.
De acordo com fato relevante da empresa, de 30 de outubro, os reajustes seriam “automáticos”, baseados em diferentes “variáveis”, o que não foi aprovado em reunião do Conselho de Administração.
Do G1