PF diz que 18 pessoas foram presas em nova etapa da Operação Lava Jato
Segundo PF, 49 mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
Operação resultou na prisão de ex-diretor da Petrobras Renato Duque.
A Polícia Federal informou que até as 18h20 desta sexta-feira (14) 18 pessoas haviam sido presas na nova etapa da Operação Lava Jato. Segundo comunicado, 14 pessoas foram presas temporariamente e outras quatro, preventivamente. A Superintendência da PF no Paraná, entretando, não divulgou os nomes dos presos.
Na manhã desta sexta, a Polícia Federal deflagrou a sétima fase da operação e cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão no Paraná, em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, em Pernambuco e no Distrito Federal. A Petrobras está no centro das investigações da Lava Jato, desencadeada em março para desmontar um suposto esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões, segundo a Polícia Federal.
Conforme o balanço divulgado pela PF, além das 18 prisões, foram cumpridos 49 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. Além disso, foram expedidos nove mandados de concussão coercitiva e cumpridos, seis.
Entre os presos pela PF, está o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque. Indicado para o cargo pelo PT, Duque foi preso em casa, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e conduzido para a superintendência local da Polícia Federal. Em depoimento à PF e ao Ministério Público no mês passado, o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que fez acordo de delação premiada e atualmente cumpre prisão domiciliar, disse ter conhecimento de irregularidades praticadas na Diretoria de Serviços, na época em que foi comandada por Duque.
Nota divulgada pela assessoria de Renato Duque informou que o ex-diretor foi preso temporariamente e, segundo o texto, não há “notícia de uma ação penal ajuizada contra ele”. “Os advogados desconhecem qualquer acusação. […] A partir do momento em que tomarem ciência do motivo da prisão temporária, realizada para investigações, os advogados adotarão as medidas cabíveis para restabelecer a legalidade”, diz a nota.
Também foram expedidos, segundo a Polícia Federal, mandados de prisão de funcionários das empresas Camargo Correa, OAS, Mendes Junior, Engevix e Galvão Engenharia, UTC e IESA, além de mandados de busca e apreensão nas sedes das empresas Queiroz Galvão, IESA, Galvão Engenharia, Camargo Correa, OAS, UTC/Constran, Odebretch, Mendes Júnior e Engevix.
Um avião da Polícia Federal decolou de Brasília nesta sexta para recolher os suspeitos e levá-los para a superintendência da PF em Curitiba, onde está sendo centralizada a operação.
Foram expedidos mandados de prisão temporária dos presidentes da Camargo Correa, Dalton dos Santos Avancini, da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, e do diretor-presidente da Queiroz Galvão, Ildefonso Colares Filho. Até a última atualização desta reportagem, a PF não havia confirmado a prisão dos presidentes.
Bloqueio de bens
Segundo a PF, os envolvidos responderão, de acordo com suas participações no esquema, pelos crimes de organização criminosa, formação de cartel, corrupção, fraude à Lei de Licitações e lavagem de dinheiro.
Ainda de acordo com a Polícia Federal, foi decretado o bloqueio de aproximadamente R$ 720 mihões em bens pertencentes a 36 investigados. Além disso, o juiz federal Sérgio Moro, que está julgando a Lava Jato na primeira instância, autorizou o bloqueio integral de recursos financeiros de três empresas que seria de propriedade de um dos operadores do esquema criminoso.
As buscas e apreensões feitas nesta sexta, explicou a assessoria de imprensa da Receita Federal, servirão para promover eventuais ações fiscais em decorrência de supostos pagamentos de serviços que possam não ter sido prestados, como “assessorias” ou “consultorias”. Conforme a Receita, os valores desses supostos serviços, contabilizados como “custos operacionais”, reduziriam de forma fraudulenta a base de cálculo de tributos.
Do G1