PF ouvirá nesta terça em Curitiba ao menos cinco presos da Lava Jato
Presos na 7ª fase da operação estão detidos na Polícia Federal do Paraná.
Delegados começaram ouvi-los no sábado (15), após as primeiras prisões.
A Polícia Federal retomará nesta terça-feira (18) os depoimentos dos presos na sétima fase da Operação Lava Jato na superintendência de Curitiba (PR). Deverão ser ouvidos ao menos cinco investigados, segundo afirmaram advogados que estiveram na segunda-feira na sede da PF na capital paranaense.
São aguardados os depoimentos de Ednaldo Alves da Silva, Ricardo Ribeiro Pessoa e Walmir Pinheiro Santana, todos da empresa UTC, segundo o advogado Alberto Toron. São esperados também os depoimentos de Dalton Santos Avancini e João Ricardo Auler, ambos da Camargo Corrêa, de acordo com o advogado Celso Vilardi.
Os depoimentos começaram a ser colhidos pela PF em Curitiba no sábado (15), um dia depois da sétima fase da Lava Jato ter sido deflagrada. No domingo (16) e nesta segunda (17) os delegados também colheram depoimentos. Ao todo, segundo advogados que estiveram na sede da Polícia Federal na capital paranaense, ao menos dez presos falaram aos delegados nesta segunda.
A expectativa, segundo a PF, é que os depoimentos dos 23 presos sejam colhidos até esta terça. Entre os que já foram interrogados, está o ex-diretor de Serviços da PetrobrasRenato Duque. O advogado dele, Renato de Moraes, afirmou após acompanhar o depoimento em Curitiba que “em hipótese alguma” o cliente proporá delação premiada à Justiça do Paraná.
Além dos 23 presos, há outros dois investigados que estão foragidos. Fernando Soares, conhecido como “Fernando Baiano”, e Adarico Negromonte Filho, irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte (PP-BA), não se entregaram à Polícia Federal, embora os mandados de prisão temporária tenham sido expedidos pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo processo da Lava Jato na primeira instância.
Em Curitiba, o advogado de Fernando Soares, Mário de Oliveira Filho, afirmou que o cliente está sendo usado como “bode expiatório” e não tem ligação com o PMDB – ao depor à PF e ao Ministério Público Federal em outubro, o doleiro Alberto Youssef, considerado um dos líderes da organização criminosa desarticulada pela Lava Jato, disse à Justiça Federal do Paraná que Fernando Baiano operava a cota do PMDB no esquema de corrupção.
Lava Jato
A operação investiga um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões e provocou desvio de recursos daPetrobras, segundo investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
Na primeira fase da operação, deflagrada em março deste ano, foram presos, entre outras pessoas, o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.
A nova fase da operação policial se concentrou em executivos e funcionários de nove grandes empreiteiras cujos contratos com a Petrobras somam R$ 59 bilhões. Parte desses contratos está sob investigação da Receita Federal, do MPF e da Polícia Federal.
Ao todo, foram expedidos, nesta sétima etapa, 85 mandados em municípios do Paraná, de Minas Gerais, de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Pernambuco e do Distrito Federal. Conforme balanço divulgado pela PF, além das 23 prisões, foram cumpridos 49 mandados de busca e apreensão. Também foram expedidos nove mandados de condução coercitiva (quando a pessoa é obrigada a ir à polícia prestar depoimento), mas os policiais conseguiram cumprir seis.
Do G1