PM proíbe baile funk e manifestantes fazem saques na Zona Leste de SP
Grupo atacou hipermercado e loja de conveniência na Penha.
Manifestantes retiraram dinheiro do bolso de frentistas.
Após a Polícia Militar ter proibido a realização de um baile funk na Zona Leste de São Paulo, centenas de manifestantes fizeram saques e depredações na região da Penha, na noite de domingo (19), como mostrou o Bom Dia São Paulo desta segunda-feira (20).
A PM proibiu o baile na Avenida Governador Carvalho Pinto, e os participantes então quebraram várias portas de vidro de uma unidade do hipermercado Extra, na Avenida São Miguel. Os participantes do baile também destruíram os quiosques que encontraram pelo caminho.
Uma cliente contou ao Bom Dia São Paulo que, na hora do tumulto, houve pânico. “Houve correria, muito tumulto. Criança ficou chorando com medo. Os caixas ficaram abandonados. Teve senhora passando mal, criança”, afirmou.
Depois de deixar o hipermercado, o grupo foi até um posto de combustível, na Avenida Dom Helder Câmara, a menos de 100 metros do Extra.
No posto, os manifestantes destruíram a loja de conveniência, roubaram produtos, dinheiro, quebraram máquinas de cartões e até agrediram um frentista. “Chegaram empurrando um frentista colega meu, pegando dinheiro do bolso dele. Depois, foram até a sala do cartão, levaram dinheiro do meu bolso. Levamos um susto, porque nunca aconteceu isso aqui”, disse o frentista Ângelo de Souza.
O posto funcionava normalmente na manhã desta segunda-feira (20). O hipermercado não divulgou o valor do prejuízo.
Lei
No dia 8 de janeiro, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), vetou na íntegra o projeto de lei 02/2013, que proíbe o uso de vias públicas para realização de bailes funk e de qualquer outro evento musical não autorizado pela prefeitura.
Mas o veto ocorreu, segundo publicado no Diário Oficial, porque os objetivos do projeto já são atendidos pela legislação em vigor.
O prefeito também ressaltou que o artigo 5° do projeto, que previa o encerramento das atividades até as 22h, inviabilizaria eventos como a Virada Cultural e a festa de final de ano na Avenida Paulista.
Haddad afirmou ainda que, no que diz respeito à fiscalização, o objetivo da proposta encontra-se integralmente atendido pela Lei n° 15.777, de 29 de maio de 2013, que proíbe a emissão de ruídos sonoros por aparelhos de som instalados em veículos automotores estacionados.
Além disso, segundo o prefeito, o “funk é uma expressão legítima da cultura urbana jovem, não se conformando com o interesse público sua proibição de maneira indiscriminada nos logradouros públicos e espaços abertos”.
Do G1