Polícia detém suspeitos de invadir Centro de Treinamento do Corinthians

Investigadores usaram imagens do circuito de segurança para identificá-los.
Nove torcedores foram levados para averiguação e um foi preso com arma.

A Polícia Civil deteve ao menos dez torcedores do Corinthians na manhã desta quinta-feira (20) por suspeita de invasão do Centro de Treinamento da equipe no começo do mês, como informou o Bom Dia São Paulo.

Nove torcedores da torcida Camisa 12 foram levados para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa para averiguação e um foi preso e algemado por porte de arma, um revólver calibre 38. A operação da Polícia Civil, que tem seis mandados de busca e apreensão e cinco mandados de prisão, começou por volta das 4h30.

Os investigadores identificaram os suspeitos com a ajuda de imagens registradas pelo circuito de segurança do Centro de Treinamento. Alguns suspeitos fizeram um buraco na grade e outros pularam o portão.

O protesto foi contra a atuação do time, que perdeu para o Santos, por 5 a 1, em janeiro. Os jogadores tiveram que ser levados para um local seguro. Em nota, a direção do Corinthians repudiou os atos de vandalismo.

Câmeras
O vídeo gravado pela câmera no portão de entrada do Centro de Treinamento mostra o movimento dos torcedores, que protestavam contra a derrota para o Santos.

Mesmo com as equipes da Polícia Militar, que tinham sido chamadas para reforçar a segurança da área, dezenas de torcedores seguiram em direção ao portão. As imagens mostram que como não conseguiram entrar pelo portão principal, eles saíram de perto da entrada e fizeram um buraco na cerca lateral. Dentro do CT, os invasores, vestindo uniformes de torcida organizada, ameaçaram jogadores. Os atletas tiveram que ser levados para um local seguro.

Em um ofício encaminhado ao procurador-geral de Justiça de São Paulo, Márcio Elias Rosa, presidente do Corinthians, Mário Gobbi, relatou que torcedores agrediram o atacante Paolo Guerrero, o consultor médico do clube, Joaquim Grava, além de terem roubado três telefones celulares, um deles do meia Ramires. Segundo ele, os manifestantes também danificaram o carro do ex-zagueiro Paulo André, que já deixou a equipe.

No documento, o presidente também explicou que em determinado momento o sistema Smart Sistem Projetos parou de gravar a invasão. Porém, uma imagem mostrou que 22 câmeras estavam funcionamento, mas a polícia recebeu apenas o que foi produzido por duas câmeras.

Na época, Mário Gobbi comentou o caso. “Presume-se que houve uma falha técnica. Exceto prova de que houve algum boicote. A delegada me relatou que vai fazer uma perícia na máquina. A perícia é que vai dizer se alguém tentou, é, burlar, ou se realmente se confirma a falha técnica”, afirmou.

Durante as investigações, a polícia identificou pelo menos 20 pessoas que teriam participado da invasão ao CT. A justiça decretou a prisão temporária de cinco, que vão responder por vários crimes, como dano ao patrimônio e formação de quadrilha.

Entre os cinco suspeitos, está um torcedor que foi preso em Oruro, na Bolívia, acusado de envolvimento na morte de um menino, de 14 anos, da torcida adversária.

A Polícia Militar explicou que acompanhou toda a movimentação e que os torcedores, depois de invadirem o Centro de Treinamento, estavam debatendo com representantes do clube como forma de protesto. A corporação disse que não testemunhou qualquer ato que exigisse intervenção e só foi informada dos roubos e dos danos causados depois da saída dos manifestantes.

A PM disse ainda que ninguém relatou as agressões aos jogadores e funcionários no momento da invasão.

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