Presidente eleito da Ucrânia deseja manter governo e operação no leste
O bilionário ucraniano Petro Poroshenko disse que vai manter premiê.
Ele anunciou que deseja se reunir com Putin na metade de junho.
O bilionário ucraniano e presidente eleito do país, Petro Poroshenko, afirmou nesta segunda-feira (26) que pretende manter o atual governo com o primeiro-ministro Arseni Yatseniuk, depois de vencer a eleição de domingo (25).
“Não há planos para mudar o governo”, disse Poroshenko, que também revelou que pode fazer a primeira viagem ao exterior no dia 4 de junho com uma visita a Polônia, para o evento de celebração de 25 anos da independência do país.
Poroshenko também afirmou que quer continuar com a operação antiterrorista no leste do país, contra os separatistas que fazem uma rebelião em cidades como Donetsk.
“Apoio a continuação da operação militar mas quero que haja mudanças em sua forma”, assinalou Poroshenko, acrescentando que “deve ser mais efetiva, mais curta no tempo, e com as unidades melhor equipadas”.
“Deve ter prazos mais curtos e ser mais eficiente”, completou o futuro chefe de Estado ucraniano, antes de destacar que não permitirá aos separatistas pró-Rússia transformar o leste do país “na Somália”.
“Aqueles que não desejam entregar as armas são terroristas e não se negocia com terroristas. A federalização é indiferente para eles, não se importam em nada com a língua russa. O objetivo é transformar Donbass (leste da Ucrânia) na Somália”, disse, em Poroshenko, em referência ao país africano devastado por uma guerra civil desde 1991.
“Espero que a Rússia apoie meu ponto de vista”, disse o político ucraniano, que recebeu 54% dos votos no primeiro turno presidencial, segundo resultados parciais.
Ele ainda informou que espera se reunir com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, na primeira metade de junho.
“Putin e eu nos conhecemos muito bem”, disse, destacando que a reunião com os dirigentes russos não deve se limitar a um “aperto de mãos” e, portanto, deve ser preparada.
Crise política
Os ucranianos foram em grande número às urnas neste domingo, exceto nas regiões separatistas pró-Rússia do leste do país. O pleito foi boicotado por insurgentes das regiões de Donetsk e Lugansk.
A eleição antecipada é considerada um passo fundamental para tentar resolver a crise política do país, que o colocou à margem da guerra aberta com a Rússia.
Ela ocorre seis meses após o início dos protestos que levaram à queda de Yanukovych e que incentivaram os movimentos separatistas armados pró-Rússia no leste do país, gerando crescente preocupação na Europa e uma polarização entre Rússia e EUA.