Projetos de irrigação da Codevasf em Petrolina alcançam R$ 1,4 bilhão em valor bruto de produção
Com a geração de cerca de 62 mil empregos diretos e indiretos, mais de 700 mil toneladas foram colhidas
Os projetos públicos de irrigação Senador Nilo Coelho e Bebedouro, no município de Petrolina, no sertão pernambucano, atingiram R$ 1,43 bilhão em valor bruto de produção, com mais de 700 mil toneladas colhidas, principalmente frutas, mesmo em meio à estiagem prolongada que afeta o Nordeste do Brasil. Os dados fazem parte do balanço de 2016, divulgados pela Área de Gestão de Empreendimentos de Irrigação da Companhia de Desenvolvimentos dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
Os dois projetos administrados pela Codevasf na região do Submédio São Francisco foram responsáveis pela geração de cerca de 62 mil empregos diretos e indiretos, beneficiando aproximadamente 2,5 mil agricultores em lotes familiares e empresariais.
“Quando comecei no vale (do São Francisco) era totalmente diferente. Em Pernambuco, o local que tem mais emprego é Petrolina. Como a agricultura irrigada demanda uma mão de obra grande, hoje só não trabalha no vale quem não quer”, avalia Ana dos Santos, pequena agricultora há 25 anos no projeto Nilo Coelho.
Os principais itens agrícolas produzidos no Nilo Coelho e Bebedouro são frutas, como uva (220,5 mil toneladas), manga (210 mil toneladas) e goiaba (90 mil toneladas). Há ainda a produção de outras culturas, como caju, coco, feijão e milho.
Algumas das condições favoráveis para o destaque dessas culturas na região são: água de boa qualidade, grande incidência de radiação solar, características climáticas, mão de obra capacitada e investimentos governamentais em pesquisas e obras.
O gerente regional de Irrigação da Codevasf em Pernambuco, José Costa, explica que a concepção desses projetos públicos também contribui para que os efeitos das estiagens não impactem de imediato na produção. “Isso porque há estações de bombeamento, as quais realizam a captação de água para abastecimento das áreas irrigadas dos projetos”, afirma.
“Como em períodos de estiagem prolongada há o risco de problemas causados pela diminuição do volume de água das fontes de captação e, por consequência, no abastecimento dos projetos, a Codevasf, por meio de estudos para cada caso específico, vem realizando obras que permitem a manutenção do fornecimento de água tanto para a agricultura irrigada como para a população que ali se encontra”, completa.
Entre tais obras, José Costa destaca a implantação de flutuantes no lago de Sobradinho, que buscou garantir a segurança hídrica no projeto público de irrigação Nilo Coelho. O investimento, com recursos do Ministério da Integração Nacional, foi de aproximadamente R$ 29 milhões.
Investimentos – “A agricultura irrigada é o principal vetor de desenvolvimento do Sub-médio São Francisco, notadamente nas cidades-polo, como é o caso de Petrolina e Juazeiro. Para se ter uma ideia, a Codevasf está investindo em ações de modernização e reabilitação de infraestrutura dos projetos públicos de irrigação em Petrolina: Nilo Coelho e Bebedouro”, explica o superintendente regional da Companhia em Pernambuco, Aurivalter Cordeiro.
Neste ano, a Codevasf está investindo quase R$ 2 milhões em ações de modernização/reabilitação da infraestrutura de uso comum dos dois projetos. No Nilo Coelho, está previsto aporte de R$ 1,12 milhão para a conclusão dos serviços de automação e de acionamento de comporta. Enquanto no Bebedouro será investido R$ 745 mil para a reabilitação elétrica e civil da estação de bombeamento principal (EB01).
A Codevasf também investiu cerca de R$ 2 milhões nesse tipo de ação em 2016. Foram R$ 879 mil para a modernização do sistema de lubrificação das bombas de captação do projeto Bebedouro; e R$ 1,2 milhão para a contratação dos serviços de reabilitação de dois reservatórios – estações de bombeamento 28 e 31 – no projeto Nilo Coelho.
Agricultura familiar – A agricultura familiar tem grande participação na produção dos projetos da Codevasf em Petrolina. De uma área irrigada cultivada que chegou a 24,7 mil hectares nos dois projetos, os lotes familiares foram responsáveis por 64% (15,2 mil hectares) da área sob cultivo no Nilo Coelho; e por 86% (986 hectares) da área sob cultivo no Bebedouro.
O restante da área cultivada é formada pelos lotes empresariais, também constituídos por instituições de pesquisa, como a Embrapa Sementes Básicas e Estação Experimental, além do Centro Integrado de Recursos Pesqueiros da Codevasf de Bebedouro.