Protesto pacífico do MTST reúne 15 mil em São Paulo, diz PM
Manifestantes pediam moradia e criticavam gastos com a Copa do Mundo.
Princípio de tumulto ocorreu após provocação em shopping.
Milhares de manifestantes participaram de um protesto por moradia e contra os gastos da Copa do Mundo em São Paulo, na noite desta quinta-feira (22). O ato, organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), começou por volta das 18h no Largo da Batata e seguiu por avenidas da Zona Sul.
A Polícia Militar acompanhou o protesto de perto, que foi pacífico. Batizado de “Copa Sem Povo, Tô Na Rua de Novo!”, o ato também pediu por moradia, justiça, saúde, educação, transporte e soberania.
(O G1 acompanhou as paralisações em tempo real, com fotos e vídeos.)
Os grupos fizeram críticas à Fifa e à organização da Copa do Mundo. De acordo com a corporação, 15 mil manifestantes estiveram presentes, número inferior ao divulgado pelo MTST, de 20 mil pessoas.
Quando o protesto passava pela Avenida Brigadeiro Faria Lima, um princípio de tumulto ocorreu em frente ao Shopping Iguatemi, que baixou as portas. Uma pessoa que estava dentro do centro comercial provocou os manifestantes e alguns foram tirar satisfação. PMs e o coordenador do grupo conseguiram controlar a confusão. Os manifestantes ocuparam totalmente a pista sentido Vila Olímpia da Faria Lima e, em seguida, o sentido Marginal Pinheiros da Avenida Cidade Jardim. O trânsito ficou lento nas vias.
A multidão entrou na pista da marginal em direção ao bairro de Interlagos e, por volta das 20h20, chegou à ponte estaiada Octavio Frias de Oliveira.
Guilherme Boulos, coordenador do MTST e um dos líderes da ocupação Copa do Povo, em Itaquera, Zona Leste, fez discurso do alto do carro de som.
“Imagina quantas casas não dava para fazer com o dinheiro dessa ponte?”, disse. “Se não aceitarem nossas reivindicações, a cidade vai parar no dia 12 de junho”, falou, referindo-se à data da abertura da Copa do Mundo.
No começo do ato, Boulos criticou o programa “Minha Casa, Minha Vida”, do governo federal. Pra ele, a localização escolhida para construir casas populares tende a empurrar os pobres cada vez mais para a periferia.
A manifestação começou a se dispersar por volta das 21h20. Sob chuva, eles seguiram para as estações Morumbi e Berrini da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
Boulos prometeu protestos durante todo o mês de junho, caso as reinvindicações do movimento não sejam atendidas. Nesta sexta-feira (11) haverá uma audiência no Fórum de Itaquera da qual participarão os manifestantes e os proprietários do terreno da ocupação Copa do Povo.
A ocupação está em um terreno de cerca de 150 mil metros quadrados. Ao menos 2,5 mil famílias se instalaram no local, que fica próximo à Arena Corinthians, palco da abertura da Copa. O grupo pede ainda que as administrações municipal e federal tomem medidas para regularizar a posse.