Rebeldes do Sudão do Sul desconfiam de trégua do governo

Líder rebelde coloca em dúvida comprometimento do governo diz à BBC que seus aliados presos devem ser libertados como condição para negociações.

O líder rebelde do Sudão do Sul, Riek Machar, disse que deve haver negociações adequadas antes que os insurgentes aceitem fazer uma trégua com o governo.

Ele deu a declaração após o governo propor um fim imediato dos combates – uma declaração aplaudida por líderes do leste africano em Nairobi.

Contudo, a luta continuou na sexta-feira (27) na cidade petrolífera de Malakal, no Estado do Alto Nilo.

Os primeiros reforços da ONU chegaram para ajudar a controlar as ondas de civis que procuram abrigo próximo às bases das Nações Unidas.

Aproximadamente 63 mil pessoasse estabeleceram ao redor das bases da ONU em busca de proteção. Ao todo, mas de 121 mil pessoas foram deslocadas de suas casas e ao menos mil morreram nos conflitos.

O president Salva Kiir e Machar travam uma batalha de vida ou morte pelo poder. Antes de se tornar líder rebelde, Machar ocupou a vice-presidência – antes de ser acusado de corrupção e tentativa de golpe.

A violência do conflito atingiu tanto membros da etnia Dinka, de Kiir, como os Nuer, de Machar.

O governo libertou dois aliados de Machar que estavam presos – cumprindo assim de forma parcial o pedido dos rebeldes para libertar onze acusados de tramar o golpe de Estado.

O enviado dos Estados Unidos Donald Booth disse em Juba esperar que os homens libertados fizessem parte “de maneira construtiva” dos esforços para trazer de volta a paz.

Desconfiança
Machar falou com o Serviço Mundial da BBC por um telefone via satélite de um local secreto.

Ele disse ter uma equipe de negociadores pronta para agir, mas afirmou que o cessar-fogo deve ser sério, digno de crédito e monitorado adequadamente.

“Então, enquanto mecanismos de monitoramento ainda são estabelecidos, quando um lado diz que há uma trégua unilateral, não é possível que alguém confie que há comprometimento”, disse.

Machar afirmou novamente que quer ver todos os seus onze aliados soltos como condição para qualquer negociação.

O líder rebelde afirmou que suas forças controla todo o Estado de Unity, três quartos do Alto Nilo e todo o Estado de Jonglei, exeto por sua capital Bor.

Ele disse ter conversado com os prisioneiros libertados em Juba. Ele afirmou que eles são seu diretor executivo Deng Deng Akon e o ex-ministro da Educação Peter Adwok.

O governo afirmou por meio do Twitter que concordava “a princípio com um cessar-fogo a começar imediatamente”. O porta-voz governamental Ateny Wek disse a uma rádio local: “Não é uma oferta unilateral, mas uma oferta condicional a ser aceita pelo outro lado”.

Makuei Lueth, o ministro da Informação, afirmou que uma ofensiva para reconquistar Bentiu , a capital do Estado de Unity, foi suspensa.

Reforços
Os primeiros reforços da ONU chegaram no país após o Conselho de Segurança autorizar que o efetivo de capacetes azuis no país sja dobrado – chegando a 12.500 homens.

Um destacamento de 72 policiais bengaleses anteriormente baseados na República Democrática do Congo desembarcou em Juba. Sua função inicial será controlar multidões nas proximidades das bases da ONU.

Da BBC

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