Rebeldes pedem que Rússia incorpore região de Donetsk
Objetivo é ‘restaurar uma justiça histórica’, disse líder dos separatistas.
No domingo (11), maioria da população decidiu pela separação da Ucrânia.
Um comunicado divulgado nesta segunda-fera (12) por Denis Pushilin, um dos líderes da autoproclamada “República Popular de Donetsk”, pede ao governo russo que a região, situada no leste da Ucrânia, seja incorporada à Federação Russa.
“Com base na vontade do povo e na restauração de uma justiça histórica, nós pedimos que a Federação Russa considere a incoporação da República Popular de Donetsk à Federação Russa”, afirmou ele em entrevista coletiva. “Nós, o povo da República Popular de Donetsk, declaramos que a república é agora um Estado soberano”, disse à imprensa.
“O povo de Donetsk sempre fez parte do mundo russo. Para nós, a história da Rússia é a nossa história. Para restabelecer a justiça histórica, pedimos que a Rússia examine uma anexação da República de Donetsk à Federação da Rússia’, acrescentou.
No domingo (11), o referendo não-oficial realizado nas regiões de Donetsk e Lugansk terminou com a maioria dos votos a favor da separação dos dois territórios da Ucrânia. Os organizadores do pleito afirmam que mais de 89% dos eleitores aprovaram a independência e Donetsk. Em Lugansk, a aprovação foi de mais de 96%.
Após a divulgação do resultado, Roman Lyagin, chefe da comissão eleitoral de Donetsk, afirmou nesta segunda que “aderir à Federação Russa seria provavelmente um passo apropriado”.
Os líderes separatistas informaram que a região não irá participar da eleição ucraniana marcada para 25 de maio. “Aqui não haverá eleições”, disse o líder Denis Pushilin.
As duas regiões proclaram sua independência neste segunda-feira. “A partir de hoje somos a República de Lugansk, que acredita ser inapropriado e até mesmo estúpido participar de uma eleição presidencial”, afirmou um porta-voz.
A região cogita realizar agora um referendo sobre uma possível adesão à Rússia. “Se essa decisão (de conduzir um referendo sobre se juntar à Rússia) for tomada, então, em seguida, a vontade do povo será considerada”, disse o porta-voz, de acordo com a RIA.
Durante as votações, pelo menos, um ucraniano foi morto em conflitos entre a população reunida em torno das zonas de votação e grupos que se identificaram como guarda nacional ucraniana.
A Ucrânia condenou os referendos, classificando-os como farsas. Já a Rússia disse apoiar os resultados e pediu que a transição seja feita sem violência.